A reação da bolsa ao erro contábil da Magalu e o contra-ataque da empresa
VEJA Mercado: varejista informa redução de R$ 322 milhões de seu patrimônio líquido depois de inconsistências contábeis
A varejista Magazine Luiza informou uma correção nos registros contábeis da companhia que provocou uma redução de 830 milhões de reais no patrimônio da empresa em 30 de junho de 2023. A auditoria foi realizada pelo escritório TozziniFreire Advogados e pela consultoria PwC. Apesar disso, a Magalu reconheceu créditos tributários de 688,7 milhões de reais depois de julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre PIS e Cofins. Após ajustes e correções monetárias, a varejista informa que o impacto negativo no patrimônio líquido foi de 322 milhões de reais — sem efeito no fluxo de caixa. A Magalu teve lucro de 311 milhões no terceiro trimestre de 2023, revertendo prejuízo registrado no mesmo período de 2022. Ainda assim, as ações são negociadas em queda de 8% às 11h30 desta terça-feira, 14.
Analistas de grandes bancos adotam cautela sobre a varejista e acreditam que a desconfiança dos investidores em relação à companhia e ao varejo como um todo pode aumentar. A Americanas revelou dívidas de quase 50 bilhões de reais no início do ano em fraude de proporções muito maiores. “Esse anúncio pode deixar os investidores mais preocupados com novos riscos potenciais de contabilidade e governança”, afirmam os analistas da XP Investimentos em relatório enviado a clientes. “Novamente, o termo inconsistências contábeis volta à tona no varejo. Entendemos que Magalu possivelmente enfrentará pressões de curto prazo devido à alta alavancagem somada às possíveis repercussões de inconsistências contábeis”, alertam os analistas da Genial Investimentos.
Em teleconferência com analistas de mercado na manhã desta terça, os executivos da companhia afirmaram que não há necessidade de revisitar números anteriores a 2022 e que os erros foram pontuais. “A empresa está convicta de que esses são os números finais. […] Os processos de auditoria do terceiro trimestre foram bem revisados”, disse Roberto Bellissimo, diretor financeiro da empresa. O executivo afirmou também que não houve alteração no fluxo de caixa operacional da empresa e nas posições de dívida. O sistema automatizado de gestão de verbas de fornecedores será aprimorado, segundo Bellissimo.
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