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A jornada inglória da Espaçolaser na bolsa de valores

VEJA Mercado: empresa que tem Xuxa como sócia encontra dificuldades para se reestruturar e perde 90% do valor de mercado desde a abertura do capital

Por Felipe Mendes Atualizado em 16 nov 2022, 16h17 - Publicado em 16 nov 2022, 16h07

Uma das redes precursoras na oferta de serviços estéticos no Brasil, a Espaçolaser vive um calvário sem fim na bolsa de valores brasileira. Desde sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), quando captou 2,6 bilhões de reais, em fevereiro de 2021, os papéis da empresa derreteram mais de 90%, saindo de 17,90 reais (terminou seu primeiro pregão negociada a 20,98 reais) para ‘mísero’ 1,38 real. Com endividamento elevado, queda no faturamento nas ‘mesmas lojas’ e paralisação dos investimentos, a empresa tem penado para mostrar ao mercado que pode se recuperar e tem sido raspada das carteiras dos investidores.

Fundada em 2004, a companhia foi impulsionada, a partir de 2014, pela associação com investidores como o ‘tubarão’ das franquias José Carlos Semenzato e Xuxa Meneghel, a “rainha dos baixinhos”. Quando decidiu, enfim, entrar na bolsa, promoveu uma narrativa de expansão dos serviços estéticos, tendo em vista um movimento que acontece no mercado europeu. Não contava, no entanto, com a deterioração do potencial de consumo dos brasileiros, com a alta da inflação e o aumento da concorrência. Mesmo a chegada de um novo CEO, Paulo Camargo, ex-presidente da divisão brasileira da Arcos Dorados, franqueadora máster do McDonald’s na América Latina, parece ter colocado a empresa no prumo. Em resultado divulgado na última segunda-feira, dia 14, a Espaçolaser reverteu lucro em um prejuízo ajustado de 17 milhões de reais no terceiro trimestre deste ano. A receita líquida ajustada no período foi de 227,8 milhões de reais, alta de 1,7% em relação a igual período em 2021.

Segundo a analista Victoria Minatto, da Eleven Financial, um dos problemas da Espaçolaser foi que, com a pandemia de Covid-19 e a perda do poder de compra, o fluxo de consumidores nas unidades da rede diminuiu, exercendo uma pressão sobre as receitas e as margens da empresa. “Houve aumento dos custos fixos, como aluguel, que acabam diluindo a receita porque não há demanda para recompor. Em uma visão de médio prazo, eu não vejo esse cenário melhorando”, vaticina. “A empresa também tem sofrido porque atua com o tíquete médio um pouco mais alto, então muitas pessoas deixaram, por conta da crise, de se depilar a laser e buscaram opções mais baratas, como cera ou lâmina.”

Sob a gestão de Camargo, a empresa tem enxugado os gastos operacionais, sobretudo com salários, e corrigido os valores de seus serviços de acordo com a localidade da operação. No fim de outubro, a Espaçolaser anunciou que seu conselho de administração homologou um aumento de capital de 225 milhões de reais mediante a emissão de 117,1 milhões de novas ações ordinárias. Para Minatto, a sinalização desse movimento é ruim, pois indica que os controladores da empresa consideram o patamar atual dos papéis justo. “O preço de entrada desse movimento foi muito abaixo do IPO, o que significa, aos olhos do analista e do investidor, que eles estão muito necessitados de dinheiro e resolveram aceitar o patamar atual. Captar dinheiro assim acaba sendo mais barato do que captar mais dívida no mercado com a taxa de juros atual, mas mostra esse sinal de necessidade urgente por caixa para capital de giro”, analisa ela. “A empresa tem potencial para uma reestruturação no futuro, mas não acredito que isso venha no curto prazo.”

Para Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, o mercado não está saturado e há espaço para voltar a ganhar penetração junto aos consumidores. “Esse mercado continua crescendo, tanto que há entrada de novas redes de estética e operando com franquias. As perspectivas para o médio e longo prazo são positivas”, afirma o especialista. “A empresa está fazendo ajustes fortes e estruturais porque precisa dar respostas não só ao mercado, mas para o próprio negócio.”

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