A falsa vitória do governo brasileiro contra o tarifaço de Trump
Corte nas tarifas foi vendido como vitória, mas manteve o agro brasileiro com imposto de 40%
O anúncio de Geraldo Alckmin sobre a retirada da tarifa de 10% para alguns produtos exportados aos Estados Unidos soou, no discurso, como um avanço significativo. Na prática, pouco mudou para o Brasil. Café, carne, açúcar, frutas e outros itens do agronegócio seguem enfrentando tarifas de 40% para entrar no mercado americano — nível que segue estrangulando a competitividade dos produtores nacionais. O gesto de Washington não foi uma resposta ao pleito brasileiro, mas parte da estratégia da Casa Branca de aliviar a inflação local, beneficiando vários países ao mesmo tempo. Para o agro brasileiro, o efeito foi mais cosmético do que concreto.
Para Gustavo Junqueira, especialista em agronegócio e colunista da VEJA, o país está diante de um jogo geopolítico complexo, mas insiste em tratá-lo com simplicidade. “Enquanto os Estados Unidos jogam xadrez, o Brasil aparece com um jogo de dominó debaixo do braço”, resume. A crítica aponta para a falta de articulação política e diplomática que permita ao Brasil negociar vantagens comerciais com base em interesses estratégicos.
A oportunidade, porém, está dada. Nas conversas de bastidor entre Mauro Vieira e Marco Rubio, os EUA veem a agricultura brasileira e o setor de energia como ativos estratégicos: da oferta de etanol e bioenergia à possibilidade de o Brasil ser hub energético para a era da inteligência artificial, passando por biotecnologia, créditos de carbono e logística no Caribe. O nó é político: o governo Lula precisa decidir se continua dividido entre China, BRICS, Mercosul e Washington ou se assume uma estratégia clara.
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