A discrepante diferença entre os discursos de Campos Neto e Marinho
Posicionamentos do presidente do Banco Central e do ministro do Desenvolvimento Regional no exterior servem apenas para confundir
A discrepância entre os discursos de membros do governo de Jair Bolsonaro chama a atenção de investidores lá fora. Afinal, qual seria a vertente econômica premente da gestão? Se depender das falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, no mesmo evento, as diretrizes apenas confundem mais. Durante o IX Fórum Jurídico de Lisboa, o Fórum do Gilmar, Campos Neto militou pelo controle de gastos e reclamou das pressões políticas por mais dispêndios.
“Acho que ter algum nível de equilíbrio nos gastos seria muito importante, acenar com algum corte de gastos, alguma coisa neste sentido”, afirmou. “O mundo político gera suas limitações nesse sentido”, lamentou.
Já Marinho, pouco depois, tomou o microfone para desdizer o que o presidente do BC havia dito pouco antes. “Nossa visão necessariamente não pode ser meramente fiscal ou meramente monetária. Temos que ter acessibilidade social”, defendeu. “Nosso desafio é entendermos essa situação, nos adequarmos a ela entendendo que o nosso Brasil é um país que não se resume apenas aos investidores”.