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Por Renato Meirelles
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel
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Nobel de Economia põe luz sobre urgência de avançar em pautas feministas

W/Lab, parceria entre os institutos Locomotiva e IDEIA, nasce para ajudar nesta transformação

Por Renato Meirelles Atualizado em 16 out 2023, 11h22 - Publicado em 13 out 2023, 12h46

O Prêmio Nobel de Economia de 2023 foi concedido a Claudia Goldin, professora da Universidade Havard, por suas pesquisas sobre mulheres no mercado de trabalho. Ela é a terceira mulher a vencer o prêmio desde sua primeira edição, em 1969.

Os estudos da vencedora mostraram que, parte da explicação para que, ainda hoje, ocorra uma grande disparidade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres é a fase da vida em que mulheres precisam tomar decisões importantes para suas carreiras, como fazer escolhas sobre assuntos como a maternidade.

Apesar dos avanços nos últimos anos em relação à pauta feminista, os desafios para as mulheres ainda são enormes e acreditamos que a única forma de gerarmos uma mudança qualitativa é expor estes gaps, principalmente amparados por dados. A premiação coloca mais luz sobre o assunto e mostra a urgência de debatermos formas de diminuir a diferença tão grande entre homens e mulheres.

Nesse sentido nasceu a W.Lab, fruto da parceria dos institutos Locomotiva e IDEIA, que vai produzir pesquisas para mapear a realidade e os desafios das mulheres brasileiras.

O primeiro trabalho feito pela W.Lab mostrou que mulheres se apropriam de apenas 37% da renda gerada no Brasil apesar de serem responsáveis por 52% das horas trabalhadas, considerando a soma do tempo dedicado a atividades domésticas e ao mercado de trabalho.

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Além da desigualdade na divisão de tarefas e na remuneração, 92% dos brasileiros acham que as profissionais sofrem mais situações de constrangimento e assédio que os homens. O estudo ainda identificou que a porcentagem de mulheres chefes de família saltou de 20%, em 1995, para 50%, em 2022. Nas classes A e B esse percentual é menor e fica em 43%, já na classe C o percentual é de 51%.

Muitas mulheres assumem este papel simplesmente por serem deixadas sozinhas com os filhos, fenômeno mais comum nas classes mais baixas. Mesmo sendo as responsáveis financeiras da casa, elas também seguem acumulando a maior parte do trabalho doméstico, fruto de uma cultura que precisa ser debatida com urgência. A situação é ainda pior para mulheres negras, mesmo possuindo o mesmo nível de escolaridade.

Precisamos urgentemente que empresas e agentes públicos responsáveis por pensar políticas públicas estejam atentos à realidade da vida das mulheres. Iniciativas públicas, como a Lei da Igualdade Salarial (PL 1085/2023), sancionada em julho, se mostram fundamentais diante do cenário de sobrecarga e desigualdade de gênero.

Toda mulher deve ter o direito de ser independente financeiramente e ser remunerada em igualdade de condições com os homens. Não há nada que ainda justifique no Brasil e no mundo a persistência de desigualdade tão acentuada entre homens e mulheres. E o W.Lab nasce para ajudar nesta transformação.

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