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Professor de Finanças do Insper. Fatos, dados e histórias do mundo do dinheiro
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Risco e Recompensa – Parte I

Você sabe qual a importância da geopolítica internacional e sua influência nos mercados financeiros e de capitais?

Por Ricardo Humberto Rocha
18 jul 2024, 18h32

“Assuma riscos calculados, isso é bem diferente de ser imprudente.” General americano George Patton, herói da Segunda Guerra Mundial

No livro Against The Gods (John Wiley & Sons, INC), Peter Bernstein conta ao leitor de forma agradável a história e a evolução do conceito de risco e como a humanidade aprendeu a entender e a gerir o risco ao longo do tempo. Essa busca por entender como gerenciar o aspecto imponderável dos negócios ao longo dos últimos séculos permitiu o desenvolvimento de contratos financeiros e modelos para gerenciar o risco e a volatilidade, e permitiu transferir riscos entre os investidores. Bem como o surgimento dos contratos derivativos, a mais poderosa ferramenta para gestão de riscos, e o desenvolvimento das bolsas como ambiente de negociação de contratos.

O livro destaca também as contribuições de vários pensadores e matemáticos importantes, como Pascal, Fermat, Bernoulli e Keynes, que ajudaram a moldar nossa compreensão do risco e da probabilidade. O autor também discute como a gestão do risco se tornou uma parte central das finanças modernas, incluindo a criação de novos instrumentos financeiros e a evolução dos mercados.

As bolsas de derivativos e futuros começaram a funcionar no século XIX, em Chicago, importante polo das negociações de produtos agrícolas, especialmente o trigo, que chegava à cidade pelo lago Michigan. 

Visando a organização das negociações e uma padronização para mitigar o risco, os corretores de mercadoria fundaram inicialmente a CBOT (Chicago Board of Trade) em 1848 e, posteriormente, a CME em 1898 (Chicago Mercantile Exchange). Em 2007, elas se uniram e formaram o CME Group, consolidando sua posição de liderança global em derivativos.

A história dos derivativos nos remete ao matemático grego Tales, mais de 2000 anos atrás, que teria sido o primeiro a utilizar os contratos de opções. Outra história curiosa envolve um pesquisador que até hoje Portugal e Espanha brigam pela cidadania: Joseph de la Vega, comerciante e escritor que viveu em Amsterdã durante o século XVII. Ele escreveu Confusión de Confusiones durante um período em que o mercado de ações de Amsterdã era um dos mais avançados do mundo.

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Mas como essa história dos derivativos se consolida? Porque, até o início dos anos 1970, as bolsas negociavam quase que exclusivamente contratos agrícolas. 

Neste artigo, quero compartilhar com vocês, prezados leitores de VEJA e VEJA NEGÓCIOS, a importância da geopolítica internacional e sua influência nos mercados financeiros e de capitais.

Vamos então aos fatos!

A Segunda Guerra Mundial estava em seu quinto ano. Os Aliados, compostos principalmente por tropas dos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, planejaram uma grande ofensiva para criar uma frente ocidental contra a Alemanha nazista. A operação foi denominada “Operação Overlord”, conhecida também como o Dia D.

No dia 6 de junho de 1944, mais de 156.000 soldados aliados desembarcaram em cinco praias da Normandia, na costa francesa. Elas foram batizadas por eles de Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. A resistência alemã foi feroz, especialmente na Praia Omaha, onde as tropas americanas enfrentaram defesas bem fortificadas e sofreram pesadas baixas.

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A vitória na Normandia foi crucial para o avanço dos Aliados em direção a Paris, que foi libertada em agosto de 1944, e, posteriormente, para a derrota final da Alemanha nazista em maio de 1945.

A reconstrução da Europa e do ambiente financeiro contou com dois importantes eventos: o Plano Marshall, oficialmente conhecido como Programa de Recuperação Europeia, foi uma iniciativa dos Estados Unidos para ajudar a reerguer as economias europeias. Foi proposto pelo Secretário de Estado dos Estados Unidos, George C. Marshall. E a Conferência de Bretton Woods, realizada em julho de 1944. O objetivo principal da conferência foi estabelecer um novo sistema financeiro internacional que promovesse a estabilidade econômica.

O acordo de Bretton Woods criou um sistema modificado em que o dólar americano era atrelado ao ouro, e outras moedas eram atreladas ao dólar. Esse sistema durou até 1971, quando os Estados Unidos suspenderam a conversibilidade do dólar em ouro. As razões para o final do acordo de Bretton Woods, entre outras, se explicam pela geopolítica: Guerra Fria, tensões no Oriente Médio e, finalmente, o que ficou conhecido como choque do petróleo, criando um aumento da volatilidade nos mercados de moeda e juros.

Começamos então a desenhar um ambiente global financeiro que irá se desenvolver e ganhar escala a partir do fim da Guerra Fria. Nesse sentido, os derivativos vão ganhar uma importância ímpar e a CME será pioneira no desenvolvimento desses contratos.

A história continua…

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