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Por que bancos e corretoras fazem suas próprias pesquisas eleitorais

O interesse do mercado financeiro no ramo começou a aparecer na última eleição, mas foi neste ano que os números por trás desse movimento ganharam corpo

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 jul 2022, 12h39 - Publicado em 25 jul 2022, 12h34

Anote no seu caderno: só nesta semana, a previsão é que sejam divulgados os resultados de 25 novas pesquisas eleitorais para os governos estaduais e para a Presidência. Um detalhe interessante é que boa parte delas foi contratada por bancos e corretoras, entre eles, BTG Pactual, XP e Banco Modal.

O interesse do mercado financeiro por pesquisas próprias começou a aparecer na última eleição, mas foi neste ano que os números por trás desse movimento ganharam corpo. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 40 das 65 sondagens divulgadas até 21 de junho foram bancadas pelo mercado.

Uma pesquisa eleitoral, dependendo do seu porte, não costuma sair por menos de R$ 200 mil. Neste quesito, o Brasil parece destoar de outros países, onde é raro um banco ou empresa financeira colocar a mão no bolso por uma pesquisa eleitoral; divulgá-la publicamente, menos ainda.

O que explica, então, tanto interesse dos nossos banqueiros? Simples: o poder da informação. Com a vida política sendo alimentada em tempo real pelas redes sociais, é essencial antever o movimento do eleitor e avaliar qual o impacto disso no debate sobre novas políticas públicas e propostas de reformas econômicas.

O conteúdo que sai das pesquisas também tem servido de base para relatórios e análises reservadas feitas sob medida para clientes ou setores econômicos específicos. Há ainda o ganho de imagem e de publicidade da marca, que aparece ao lado de institutos com reconhecimento público nas mais diversas mídias. Feitas as contas, é um investimento que se paga sozinho.

Sondagens eleitorais costumam gerar polemica, ainda mais num ambiente político polarizado como o nosso. E, quando são os bancos e as corretoras que estão por trás delas, sempre aparece alguém para apontar supostos interesses escusos. Bobagem. As boas pesquisas, com metodologia adequada e exatidão nas perguntas, são importantes barômetros para candidatos e empresas, não importa quem está pagando a conta.

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