Criptoativos: o desempenho no Brasil no primeiro semestre de 2025
Mercado brasileiro de criptoativos desacelera, enquanto o ouro lidera ganhos; veja os números e compare o desempenho dos ativos desde o início do ano
O mercado brasileiro de criptoativos entrou em 2025 sob forte expectativa, após um 2024 de crescimento exponencial. No entanto, o primeiro semestre foi marcado por desempenho mais fraco: enquanto o volume de investimentos e o número de investidores se mantêm elevados, o desempenho dos principais criptoativos, como o bitcoin, ficou aquém do observado no ano anterior, o que é natural depois um forte 2024, de acordo com Axel Blikstad, sócio fundador da B2V Crypto.
O Brasil permanece entre os dez maiores mercados globais de criptomoedas, com mais de US$ 10 bilhões movimentados em 2024 e projeção de até 120 milhões de investidores até 2030. Contudo, no primeiro semestre de 2025 o bitcoin registrou alta de apenas 2,2% (parte do fraco desempenho pode ser debitada à valorização do real frente ao dólar), ficando atrás do ouro.
O dólar, que havia encerrado 2024 com valorização histórica de 27,3% e cotação acima de R$ 6,18, passou a recuar de forma consistente neste ano. Entre janeiro e junho, a moeda americana acumulou desvalorização superior a 10%, fechando o semestre em torno de R$ 5,50. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento da taxa Selic, que atingiu 15% ao ano, e pela entrada de capital estrangeiro atraído pelos juros altos, além do enfraquecimento global do dólar diante de políticas tarifárias dos Estados Unidos.
Já o ouro se destacou como o investimento de melhor desempenho no Brasil neste primeiro semestre. O metal, tradicional porto seguro em tempos de incerteza, teve ganho de 14,5% no período (depois de ter avançado mais de 30% em 2024), atingindo recordes históricos tanto em dólares quanto em reais.
O cenário evidencia uma clara mudança de preferência dos investidores brasileiros: enquanto em 2024 os criptoativos e o dólar lideraram os ganhos, neste ano o ouro assumiu até aqui a dianteira, beneficiado pelo ambiente internacional e pela instabilidade das moedas.
Para entender melhor, o quadro resume o desempenho dos três ativos no Brasil entre o primeiro semestre de 2024 e o de 2025:
Com tanta volatilidade à vista, fica difícil fazer qualquer projeção para os próximos meses. Ainda assim, Blikstad se mostra otimista em relação ao segundo semestre considerando a adoção do bitcoin por tesourarias de empresas, Estados e fundos soberanos. Explico: o otimismo dele com a adoção das stablecoins (moedas fiduciárias “tokenizadas” no blockchain) aumentou mais ainda com o avanço da regulamentação nos Estados Unidos. Enquanto isso, o ouro reafirma seu papel de proteção em tempos de incerteza, e o dólar flutua ao sabor das decisões do presidente Donald Trump e dos tropeços da equipe econômica aqui no Brasil. Prepare-se para o segundo semestre.
*A coluna voltará a partir de agosto próximo.
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