ASSINE VEJA NEGÓCIOS
Imagem Blog

Neuza Sanches

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Negócios, Mercados & Cia

Ajuste fiscal em xeque

Governo promete economia de R$ 30 bilhões para 2025; mercado questiona eficácia das medidas e já precifica o dólar e juros nas alturas

Por Neuza Sanches Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 nov 2024, 08h00

Depois de conversas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a expectativa é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie nesta semana o tão prometido e adiado pacote de corte de gastos. Isso a partir de quarta-feira, com o fim da reunião de cúpula do G-20, no Rio. Sob pressão do mercado para apresentar um programa crível, a equipe econômica tem enfrentado o fogo amigo de ministros da área social do governo, que não aceitam a redução de recursos – com o silêncio obsequioso ou declarações contraditórias do presidente Lula. Pelo que se sabe até agora, o pacote está longe de colocar fim às críticas no mercado.

E o que deve vir por aí? Provavelmente, a mudança na forma de correção do salário mínimo, que serve hoje de indexador para benefícios da Previdência, deverá ser a peça-chave do pacote. O piso nacional não deixaria de ter correção real, acima da inflação, mas esse ganho seria limitado ao intervalo entre 0,6% e 2,5%. É a mesma regra que regula a correção das despesas gerais prevista no arcabouço fiscal. O governo também mantém o discurso de novo pente-fino nos programas sociais, fechando brechas na concessão irregular de benefícios, mas o que parece ser essencial mesmo é a mexida no mínimo.

O grande temor do mercado é de uma explosão da dívida pública, mantida a atual política fiscal expansionista, e morte definitiva do arcabouço fiscal. Para mudar esse rumo, algumas contas apontam para um valor mínimo de R$ 60 bilhões em corte de gastos, valor bem acima do que parece estar sendo embrulhado pelo governo.  A sinalização do ministro prevê um plano com uma economia entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões, em 2025, chegando a R$ 40 bilhões em 2026.

“Acho que não é suficiente. É o famoso ‘too little, too late’, e a dívida pública seguirá subindo”, afirma um banqueiro. “Para atingir as metas de primário (que são muito tímidas), terá de continuar subindo a carga tributária. A ineficiência estatal e o excesso de programas distributivos sem contrapartida ou porta de saída são chocantes”, completa ele.

A percepção generalizada entre especialistas é de que as medidas são insuficientes para resolver os problemas estruturais das contas públicas. “Não é suficiente. É muito pouco”, diz um empresário, refletindo a preocupação do setor produtivo com a timidez do ajuste proposto. Os impactos das medidas já se refletem nas expectativas do mercado financeiro para os próximos anos. “Acho que não conseguirão executar, porque o corte de gastos sempre vem junto com perda de capital politico e não parece viável o atual governo queimar mais capital politico dado o cenário de prefeituras, EUA e eleição no Congresso”, analisa um sócio de uma asset. “Continuaremos com o dólar nas alturas e os juros também”, conclui outro executivo do mercado financeiro consultado pela coluna, sinalizando que a instabilidade cambial deve permanecer como consequência da insegurança quanto à efetividade do pacote fiscal. O mercado não perdoa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.