Sabesp: A Vitória da Articulação
O Brasil parece progredir apenas quando o centro político participa ativamente
A recente aprovação da privatização da SABESP pela Assembleia Legislativa de São Paulo representa uma grande vitória para o governador Tarcisio de Freitas. Diversos aspectos merecem destaque nesta decisão.
Primeiramente, ela ocorre em um contexto de questionamentos sérios sobre a privatização do setor de distribuição de energia elétrica em São Paulo. A comparação com o passado problemático do Rio de Janeiro é inevitável, com frequentes interrupções no fornecimento de energia na cidade de São Paulo. O que fragilizaria a ideia da privatização. Não foi o caso.
Um segundo ponto relevante é a intensa resistência enfrentada, principalmente das forças de esquerda e sindicatos que se opunham à privatização. Contudo, a aliança política entre Tarcisio e Gilberto Kassab foi fundamental, unindo centro e direita do espectro político e facilitando a aprovação da proposta com relativa tranquilidade. Contrariando expectativas, o processo, que se previa demorado, foi concluído rapidamente, evidenciando a eficácia da articulação política.
As ações coordenadas de Tarcisio de Freitas e Gilberto Kassab remetem às estratégias de articulação política empregadas por Lula no âmbito federal, buscando o apoio do centro político para garantir governabilidade. Mesmo com a influência significativa da esquerda no governo, o Brasil parece progredir apenas quando o centro político participa ativamente, dando sustentação às agendas governamentais.
Este cenário contrasta com a experiência de Jair Bolsonaro, que demorou a perceber a importância do apoio do centro político, acabando por obter um suporte tardio e inconsistente. Lula, inicialmente resistente a compromissos, também reconheceu a necessidade de apoio do centro para evitar derrotas políticas.
Voltando à questão da SABESP, muitos viam Tarcisio como inexperiente no cenário político. No entanto, sua habilidade em articular apoios, superar obstáculos e alcançar uma significativa vitória política provou o contrário.