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Influência é o poder sutil

Ela pode moldar crenças, comportamentos e decisões

Por Murillo de Aragão 10 mar 2024, 08h00

Milhões de pessoas disputam, diariamente, a atenção nas redes sociais. Celebridades exibem suas dores e seus triunfos. Artistas procuram a mídia para expor preferências sexuais ou opiniões políticas quase sempre rasteiras, além de divulgar a sua arte, que nem sempre é tão nobre assim. Todos disputam atenção, likes e curtidas.

Nesse contexto, a influência se consagra como a expressão de poder hoje mais significativa e não violenta na arena política. Essa força sutil, mas profunda, tem o poder de moldar crenças, comportamentos e decisões sem recorrer à força nem à coerção, tornando-se essencial para a negociação, a persuasão e a liderança.

A influência ganha especial relevância em um ambiente político cada vez mais polarizado. No entanto, a narrativa que embala a mensagem importa mais do que o conteúdo, e essa é uma característica marcante dos nossos tempos.

Com a ascensão das massas como elemento político vital no século XX, a importância da influência para contê-las ou direcioná-las cresceu exponencialmente. E a tecnologia da comunicação ajudou enormemente no processo de mobilização e de engajamento das massas populares.

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“Com as redes sociais, políticos vão cada vez mais agir como aspirantes a celebridades”

Paralelamente à emergência das massas enquanto fenômeno político-social, esse avanço das tecnologias de comunicação deu origem à economia da atenção, cujo destaque foi dado por Herbert Simon, prêmio Nobel de Economia de 1978. De acordo com esse conceito, a atenção das pessoas é recurso escasso e valioso. Isso é ainda mais perceptível nos dias de hoje, diante da enxurrada de informações existentes na internet e nas mídias digitais.

Assim, empresas e anunciantes batalham pela atenção dos consumidores, buscando capturá-la e retê-la ao máximo para moldar comportamentos, fomentar o engajamento e, consequentemente, maximizar lucros.

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As estratégias da economia da atenção permearam o domínio político, intensificadas nas últimas décadas pelas redes sociais e pela proliferação de fake news e, mais recentemente, com os deepfakes.

Consolida-se, assim, uma situação na qual os eleitores, em especial em países como o Brasil, tendem a ser cada vez mais bombardeados por ações midiáticas na busca incessante por atenção. E os políticos vão, cada vez mais, agir como aspirantes a celebridades ou até mesmo como celebridades propriamente ditas.

As campanhas políticas tendem, portanto, a prolongar-se no âmbito digital. Um candidato eleito deverá começar a fazer a sua campanha no dia seguinte à posse, por meio dos instrumentos da economia da atenção e mediante a espetacularização do seu mandato. Tal fato tem nos levado para uma política mais centrada na imagem e na percepção pública do que na substância e na implementação de políticas eficazes.

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Publicado em VEJA de 8 de março de 2024, edição nº 2883

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