O pacote de bondades de Bolsonaro
Com a popularidade despencando, governo dispara medidas sociais mas munição pode acabar
Com a popularidade, que já era baixa, caindo ainda mais, Jair Bolsonaro tenta de tudo para manter o nariz fora d’água e respirar no xadrez político, inclusive comprometer os já combalidos cofres públicos.
Entre as medidas populistas anunciadas por Bolsonaro estão o aumento do número de pessoas que terá acesso à tarifa social da conta de luz, a atualização parcial da faixa de isentos do Imposto de Renda, aumento para servidores públicos, criação de um bolsa família turbinado e a criação de uma linha de crédito para casa própria direcionada especificamente para policiais.
O saco de bondades tem objetivo de melhorar a popularidade do presidente. Mas ele não tem bala na agulha para arcar com tudo isso. Como ele vai fazer? Ninguém explica. Nem ele, nem Paulo Guedes, nem ninguém. A incerteza é tanta que o presidente da Petrobras teve dificuldades para fazer uma apresentação, nesta terça-feira, 14, na Câmara, sobre o preço dos combustíveis e do gás. Precisou de muito embromation.
Bolsonaro não tem pudor ao comprometer o dinheiro público para tentar melhorar sua própria imagem, mesmo não sabendo se o caixa publico consegue suportar essa carga pesada e qual será o preço final da empreitada. Já há muitos anos ele e seus filhos se penduraram no Estado para ter um estilo de vida de fazer inveja a muitas pessoas, inclusive empresários, que ganham mais do que eles.
A volta da fome e o avanço do fosso social no país pedem medidas urgentes do governo. Mas o foco de Bolsonaro em setores específicos faz com que o gasto não resolva o problema e tenha como foco apenas o interesse particular do presidente.
A preocupação dele é consigo mesmo, como mostram suas viagens, com avião do governo e em hora de expediente, para fazer campanha eleitoral. Bolsonaro não se esforça para exibir vergonha na cara e respeito ao dinheiro público.