O vai e vem de Lula sobre a meta fiscal
O presidente voltou a defender a estabilidade fiscal após falar em gastança de obras
O presidente não quer desagradar ninguém. O problema é que essas falas contraditórias sobre a meta fiscal mais prejudicam do que ajudam. Nesta terça-feira-feira (7), Lula pisou no freio e defendeu a estabilidade fiscal em encontro com empresários.
“Vamos garantir estabilidade política, estabilidade social, estabilidade jurídica, nós vamos garantir para vocês estabilidade fiscal e nós queremos garantir para vocês a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial de vocês para que esse país cresça cada vez mais”, afirmou o presidente.
Há 4 dias, Lula disse a ministros numa reunião que “dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”. Ao mesmo tempo, o ministro da Fazenda não arreda o pé e defende a meta de déficit fiscal zero para o ano que vem, apesar de ainda não ter arrecadação suficiente pra isso.
E mais. Se for recapitular tudo, o mal estar entre as alas política e econômica do governo começou quando o presidente disse que dificilmente a meta de equilibrar as contas públicas seria cumprida. O fato expôs Haddad, que ainda se viu numa saia justa de tentar explicar se o governo queria ou não ter essa meta. Alguns ministros já defendem um déficit de até 0,5% do PIB.
Nos bastidores, o ministro admite que se vê isolado dentro do governo, mas ao mesmo tempo corre para tentar aprovar medidas no Congresso que aumentem a arrecadação até o dia 22 deste mês, quando está prevista a votação final do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentarias.
Caso a arrecadação não seja suficiente para equilibrar os gastos, já se discute a possibilidade de algum deputado apresentar uma emenda para alterar a meta do déficit zero para 2024. Dessa forma, o governo não sofreria o desgaste de pedir pela mudança fiscal. No fim, deve ser isso mesmo que vá acontecer.