As expectativas sobre os juros e a frustração de Fernando Haddad
Governo mantém discurso crítico ao Banco Central, cobrando redução mais acelerada da Selic
A semana começa com grande parte das ações e do mercado voltada para a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. Não há mais dúvida de que o aguardado início da redução dos juros virá. Mas o ministro Fernando Haddad deve seguir puxando o coro contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Haddad deixou claro o tom a ser adotado a partir de agora ainda no fim da semana passada. O ministro cobra uma redução mais acelerada da Selic. Dá declarações na linha de que uma redução de 0,25 não resolve o problema nem pavimenta uma necessária retomada da economia. O governo Lula quer e continuará querendo mais. E Campos Neto seguirá sendo apresentado como o principal responsável, caso algo dê errado nos planos do governo de viabilizar uma recuperação econômica.
As notícias das últimas semanas foram positivas para os planos de Haddad. Melhora da nota de crédito do Brasil e sinais de retomada do emprego, por exemplo. Isso traz um reforço importante para o discurso de que passou da hora de o Brasil iniciar uma redução dos juros. Mesmo que o governo saiba que tem suas próprias entregas a fazer. Em especial, fazer avançar a discussão sobre mecanismos que permitam aumentar a arrecadação e dar viabilidade ao novo marco fiscal.
Hoje, é bem provável que venham novas declarações do ministro nessa direção. Haddad participa nesta manhã de um encontro com banqueiros, na capital paulista. Ambiente mais que propício para afinar o discurso.