Eduardo Moreira: “As propostas dos candidatos à Presidência são inviáveis”
Para o economista, a mão de obra barata e a inflação baixa – por causa da diminuição do consumo – criam um cenário propício ao investimento
“Ciro Gomes tem bons diagnósticos para vários problemas do Brasil, mas para ele é zero ou tudo: ‘Vou zerar os devedores’, ‘o Brasil será o primeiro do mundo’ etc. Esses extremos prejudicam a credibilidade”.
“Se o Bolsonaro ler o programa de governo elaborado pelo Paulo Guedes, vai entender mais ou menos 10% do que está escrito ali”.
“O PT esteve no poder, teve chance de fazer um bom governo, mas a primeira coisa que fez foi se unir ao Centrão”.
Essas são algumas das análises feitas pelo economista Eduardo Moreira, que comentou numa entrevista ao Perguntar não Ofende desta quinta-feira o programa de governo dos principais candidatos à Presidência. “É preciso parar de pensar que as privatizações resolverão todos os problemas do país”, afirmou. “Nem isso, nem a estatização. A solução é fazer bem feito”.
Para Moreira, não adianta os candidatos prometerem criar 6 milhões de empregos, como Guilherme Boulos, ou 10 milhões, como Álvaro Dias. “Ainda vamos conviver com taxas altas de desemprego durante muito tempo”, observa. Diante dessa realidade, a mão de obra barata e a inflação baixa – por causa da diminuição do consumo – criam um cenário propício ao investimento. “Infelizmente o Brasil é um dos países que menos aposta em investimento”.
Embora tratem de temas pertinentes, as propostas apresentadas são, quase sempre, inviáveis. “Tudo é muito exagerado”, diz o entrevistado. “Os candidatos querem apenas conquistar o voto dos eleitores”.