Obras tocadas por Silva e Luna em Itaipu encareceram conta de luz
General foi elogiado por Bolsonaro pelas pontes, rodovias e até pista de aeroporto construídas com recursos dos consumidores de energia elétrica
O presidente Jair Bolsonaro elogiou nesta segunda-feira, 22, o general Joaquim Silva e Luna, que indicou para assumir a Petrobras, por ter investido 2,5 bilhões de reais em obras enquanto esteve à frente da hidrelétrica Itaipu Binacional. Durante a gestão de Luna, começaram a ser construídas duas pontes que ligam o território paraguaio ao Brasil e a extensão da pista do aeroporto de Foz de Iguaçu, além de outras obras, como rodovias. Tudo com recursos de Itaipu.
O que Bolsonaro não contou a seus apoiadores é que todo esse dinheiro provém da conta de energia elétrica paga pelos brasileiros. Se em vez de financiar obras, Itaipu devolvesse os recursos, a conta de energia teria caído quase 2%. Cada 1,5 bilhão de reais, equivale a 1% de variação no preço da energia elétrica.
A conta da energia de Itaipu é cobrada dos brasileiros em função de seus custos. Todos os custos da usina são somados e divididos pelos consumidores. Cerca de dois terços dos custos de Itaipu são equivalentes a uma dívida em torno do tratado feito com o Paraguai para a construção da usina. O outro terço são custos diversos como administrativo, pessoal, obras, operação e manutenção. Tudo igualzinho acontece do lado do Paraguai e Itaipu usa este argumento para dizer que não tem jeito, tem que gastar. Mas elogiar o general por gastar o dinheiro que poderia reduzir tarifa de energia acaba sendo um contrassenso no discurso de que é preciso reduzir os preços. Durante o fim de semana, Bolsonaro disse que ia botar o dedo na energia elétrica. A luz de alerta está acesa.
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