Ministério quer R$ 390 milhões para desenvolver vacina brasileira
Ciência e Tecnologia solicita à Economia crédito suplementar para implementar fases de testes de imunizante brasileiro

O Ministério de Ciência e Tecnologia, sob o ministro Marcos Pontes, solicitou ao Ministério da Economia um crédito de 390 milhões de reais para o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra a Covid-19. A chamada pública envolverá a necessidade do aporte extraordinário, para a realização das fases 1, 2 e 3 do desenvolvimento de um imunizante nacional. De acordo com um ofício enviado pelo ministério para o secretário de Orçamento, George Soares, estima-se investimentos entre 20 milhões de reais e 30 milhões de reais para ensaio clínico das duas primeiras etapas e de 250 milhões de reais a 320 milhões de reais para ensaio clínico de fase 3.
De acordo com um ofício obtido pelo Radar Econômico, o Ministério da Ciência e Tecnologia argumenta que “não implementar as iniciavas propostas poderá acarretar a não realização da condução dos ensaios clínicos e a consequente interrupção do avanço do País no desenvolvimento de uma vacina nacional para o enfrentamento ao SARS-Cov2”. A pasta solicita ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a edição de uma medida provisória contemplando crédito extraordinário. Os estudos que embasaram o pedido foram realizados pela Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
De acordo com o plano de estudos para a consolidação de uma vacina brasileira, na fase primeira fase, 80 participantes receberiam doses escalonadas de cada vacina em três dosagens diferentes. Se bem-sucedidas as triagens, a segunda etapa envolveria 300 voluntários que receberiam apenas uma dose. A consolidação dos estudos das fases 1 e 2 demorariam quatro meses. Na terceira fase, de acordo com a Academia, “em média são utilizados nessa fase, 25 a 50 mil participantes”. “Pensando em um estudo com 30 mil voluntários, 15 mil receberiam a vacina”, diz o ofício. “E 15 mil receberiam o placebo que pode ser a vacina de sarampo, ou dupla adulto (tétano e difteria), ou meningite meningocócica, ou ainda todos os componentes da vacina sem o antígeno (imunógeno), por exemplo”, disserta o documento.
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