Bolsa e dólar fazem correção após caos com a queda do teto
VEJA Mercado: Ibovespa sobe e dólar cai após semana turbulenta, mas analistas dizem que cenário macroeconômico continua incerto
VEJA Mercado | Fechamento | 25 de outubro.
Após recuar 7,28% naquela que foi a pior semana para a bolsa de valores desde a pandemia, é normal o Ibovespa esboçar alguma reação, segundo os analistas. O índice fechou em alta de 2,28%, a 108.714 pontos. O dólar, por sua vez, caiu 1,27%, a 5,555 reais. “Embora não seja a melhor das explicações, ter uma sinalização do presidente e do ministro da Economia trouxe algum alívio ao mercado. O principal fator foi o ‘fico’ de Guedes, é normal ter algum alívio depois da deterioração”, diz Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch. A maior alta do dia na bolsa foi a da Petrobras, que disparou 7,1% após a privatização da companhia ter entrado de vez no radar do governo federal. Papéis ligados ao avanço da vacinação no país e à reabertura da economia também tiveram boa performance. CVC e Iguatemi fecharam em altas de 6,1% e 5,6%, respectivamente.
As empresas que mais subiram no pregão de sexta-feira, em função da disparada do dólar, devolveram parte dos ganhos nesta segunda, como as exportadoras e os frigoríficos. Suzano e BRF fecharam em quedas de 2,5% e 1,2%, respectivamente.
Apesar da reação do Ibovespa, que é natural porque o índice não poderia cair para sempre, o mercado financeiro já está cauteloso para o PIB de 2022. O Itaú passou a prever uma recessão de 0,5% para a economia no próximo ano. “O cenário principal não mudou: a baixa popularidade do presidente pode provocar novas políticas populistas nos próximos meses e, diante disso, a inflação e os juros podem continuar subindo. Diante dessa curva de juros cada vez mais ascendente, é normal ver os bancos reduzirem as estimativas de crescimento econômico”, diz Attuch. Na próxima quarta-feira, 27, o Banco Central deve decidir por um novo aumento na Selic.