Alta de ações de frigoríficos indica que preço da carne seguirá elevado
VEJA Mercado: bancos estrangeiros apostam em novo superciclo da carne na China e nos EUA; dólar alto estimula exportação e prejudica abastecimento interno
Um novo ciclo da carne está a caminho, segundo o banco americano Morgan Stanley. Desta vez, contudo, a instituição aponta que a demanda mais elevada deve se concentrar na China e nos Estados Unidos, mas que, ainda assim, pode impactar nos preços do produto no Brasil. Segundo os economistas, um dólar mais valorizado pode estimular ainda mais as exportações dessas empresas. “Quando o real se desvaloriza, os setores associados à exportação se beneficiam. Acho que há um espaço bom para proteína no mundo”, diz Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos. A moeda americana fechou em alta de 0,85%, a 5,42 reais, a maior cotação desde maio.
“O mercado não estava muito posicionado nesse setor, que ganhou destaque principalmente na última semana. A conta é simples, uma demanda internacional mais agressiva faz com que as empresas prefiram exportar do que vender a um preço mais baixo no mercado interno. O Brasil já tem sentido os efeitos dessa política no último ano, e deve sofrer ainda mais nesse próximo ciclo”, diz Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. O IPCA mostra que a carne já subiu 31% nos últimos doze meses, e, do jeito como está, a curva deve seguir em ascensão. Soma-se a esses fatores a investida da Marfrig na BRF, chancelada pelo Cade, que mostra o apetite do setor para os negócios.