A reviravolta na lei do gás e a sucessão de Alcolumbre no Senado
Clima entre senadores do MDB ficou pesado após emendas de Eduardo Braga (MDB-AM) serem derrubadas aos 45 do segundo tempo
O clima pesou na noite de quinta-feira, 11, entre os senadores do MDB. O acordo que havia sido selado entre os líderes do governo e o líder do MDB, o senador Eduardo Braga (AM), foi desfeito e suas exigências para colocar em pauta o projeto do novo marco regulatório do gás natural foi desfeito no último momento. Foi um drible e tanto a derrubada das emendas bancadas por Braga, que garantiriam a construção de usinas térmicas inflexíveis na Floresta Amazônica. Relatos de quem estava com Braga momentos após a votação contam que o senador levou para o lado pessoal e que considerou um recado contrário à sua candidatura à presidência do Senado. Isso porque os líderes do governo no Senado são de seu próprio partido, o MDB: Eduardo Gomes (TO), líder do do governo no Congresso, e Fernando Bezerra (PB), líder do Senado.
Era notória a insatisfação do governo com as emendas colocadas por Braga. O Ministério da Economia, criador do texto base, sempre se posicionou de forma contrária à possibilidade de haver térmicas inflexíveis e que financiariam gasodutos pelo interior do Brasil. A insistência de Braga fez com que o governo transformasse a votação em um jogo de xadrez. Poderia ter dado errado para o governo, o que isolaria seus líderes dentro do MDB, mas deu certo.
Braga, que precisava dessa vitória para juntar forças suficientes para encabeçar a lista de possíveis sucessores de Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado, perdeu. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que é o escolhido de Alcolumbre, agora tenta se colocar como favorito. Caso consiga, terá pela frente uma pesada agenda econômica, na qual constam reformas inadiáveis, como a PEC Emergencial, a reforma tributária e o programa sucessor do Bolsa Família.
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