Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

Selic: Banco Central acerta, mas perde um pouco a confiança

Em entrevista semana passada, o presidente do BC induziu o mercado a apostar na queda da Selic para 6,25%, mas a taxa foi mantida em 6,5%

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 17 Maio 2018, 19h11 - Publicado em 17 Maio 2018, 19h01

Ao contrário da expectativa generalizada dos operadores do mercado e dos analistas da economia, que previam queda da taxa Selic para 6,25%, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu mantê-la em 6,5%.

Havia razões tanto para reduzir quanto para manter a taxa. Do lado da redução, figurava a ausência de riscos de não cumprimento da meta para inflação (4,5% em 2018). A perda de dinamismo da economia nas últimas semanas inibe a transferência, aos preços, dos efeitos da desvalorização do real e do aumento dos combustíveis, mesmo que estes subam um pouco mais por causa das cotações mais altas do barril de petróleo. Lembre-se que a inflação nos últimos doze meses está abaixo de 3%.

Mesmo que a desvalorização do real levasse o dólar para as proximidades de R$ 400, o impacto na inflação seria da ordem de 0,5%. Ao mesmo tempo, o Banco Central conseguiu quebrar a espinha dorsal da inflação de serviços, que começou o ano acima de 6% e caminha para um pouco mais de 3% no final do ano. Por tudo isso, o BC poderia ter promovido a queda de 0,25 ponto percentual na Selic.

Existiam razões também para manter a Selic. Como disse o BC, a normalização da política monetária dos países ricos tornou o ambiente externo mais volátil e desafiador. O menor apetite por ativos de países emergentes introduziu uma mudança de patamar para a sua taxa de câmbio. Nesta quinta-feira, a moeda americana passou de R$ 3,70 em
alguns momentos. Dificilmente voltaremos ao dólar de R$ 3,15 de seis meses atrás.

Continua após a publicidade

Até aí tudo bem. A decisão do Copom tem inequívoca justificativa. O problema é que o presidente do BC, em entrevista semana passada, foi muito enfático quanto ao foco da política monetária (inflação), dando a entender que não enxergava riscos no front dos preços. Dada a alta credibilidade de Ilan Goldfajn, os mercados fizeram uma aposta firme na queda da Selic para 6,25%.

No regime de metas para a inflação, a confiança no que diz a autoridade monetária é essencial para a coordenação de expectativas e, assim, para atingir a meta. Como disse Luís Eduardo Assis, ex-diretor do Banco Central, “o Copom deu seta para a esquerda e virou à direita”. Quem fez posições confiando na entrevista perdeu dinheiro.

O presidente do BC construiu um invejável capital de credibilidade e não será sua entrevista que vai arranhar gravemente sua imagem, mas um pouco de confiança foi perdida nesse episódio.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.