Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

A virada do PIB: indústria é o grande destaque da recuperação

Na oferta, setor industrial teve alta disseminada entre as atividades; na demanda, a formação bruta de capital – um bom sinal – fez a diferença

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 3 dez 2020, 14h32 - Publicado em 3 dez 2020, 09h45

O PIB do terceiro trimestre,  divulgado nesta quinta-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 7,7% sobre o do segundo semestre, em termos dessazonalizados. Ficou para trás o mau desempenho dos dois primeiros trimestres do ano. Confirmou-se que o pior da crise ocorreu entre os meses de abril e maio. 

Pelo lado da oferta, o destaque ficou com a indústria, particularmente a de transformação, que se expandiu 23,7% no terceiro trimestre, em comparação com a queda de 19,1% no segundo. Na verdade, todos os quatro componentes do setor se saíram bem no período. A indústria extrativa cresceu 2,5% (queda de 0,2% no trimestre anterior) e a construção civil incrementou-se em 5,6% (redução de 8,1% no segundo trimestre). Todos esses números estão expressos em termos dessazonalizados.

O PIB da agropecuária diminuiu 0,5%, anulando o ganho de mesmo nível no trimestre anterior. Os serviços deram sinal de vida, embora continuem a ser o setor mais negativamente atingido pela pandemia. Expandiram-se 6,3% (haviam caído 9,4% no trimestre anterior). O subsetor mais prejudicado tem sido o que depende do contato pessoal e de aglomerações, casos de alojamento, restaurantes, viagens e turismo, no primeiro caso, e do comparecimento a estádios, cinemas, teatros e museus, no segundo. A área de “outros serviços”, que incluem a administração pública tem sofrido a queda, causada pela pandemia, na oferta de serviços associados a saúde: diminuíram as consultas, as internações e os exames laboratoriais do SUS. 

Sob o aspecto da demanda, sobressaiu a expansão da formação bruta de capital, que experimentou crescimento de 11%, em comparação com queda de 16,5% no trimestre anterior. Trata-se de um bom sinal, pois sinaliza que as empresas estão investindo na ampliação da capacidade ou na modernização dos parques produtivos de bens e serviços. A demanda das famílias subiu 7,6% (queda de 11,3% no segundo trimestre). No comércio exterior, as exportações caíram 2,1% e as importações continuaram caindo: 9,6% no terceiro trimestre (diminuição de 12,4% no segundo), devido à recessão. Esses resultados, ao lado da queda de viagens internacionais e das remessas de lucros e dividendos, contribuíram para o fortalecimento das contas externas. O déficit em conta-corrente do balanço de pagamentos, estimado em US$ 58 bilhões no início do ano, deve situar-se em torno de apenas US$ 3 bilhões em 2020. 

Tudo indica, todavia, que esses resultados não se repetirão no quarto trimestre, quando o PIB deverá crescer apenas 2%. Isso se deve em grande medida aos efeitos da redução do auxílio emergencial e aos temores com o desemprego – cuja taxa estará em alta – o que deve influenciar negativamente a confiança dos consumidores e, assim, a demanda de bens e serviços. Dependendo de como o governo enfrente os riscos fiscais e a forma de financiar o programa Renda Cidadã, o quadro pode piorar. Não dá para descartar uma queda do PIB no primeiro trimestre de 2021.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.