Cannabis para atletas pode movimentar R$ 900 milhões por ano no Brasil
Estimativa é da consultoria especializada Kaya Mind, que projeta ainda uma arrecadação de R$ 247 milhões em impostos anuais com o consumo por esportistas
![Estonia's Maicel Uibo (C) takes the start in the men's decathlon 100m during the Tokyo 2020 Olympic Games at the Olympic Stadium in Tokyo on August 4, 2021. (Photo by Ina FASSBENDER / AFP)](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/000_9JT3LG.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
No próximo dia 7, a Kaya Mind, consultoria brasileira especializada no mercado da cannabis, vai apresentar o seu mais novo estudo: “Cannabis e Esportes”. O levantamento inédito, enviado em primeira mão ao Cannabiz, indica que o segmento esportivo pode gerar negócios de mais de R$ 900 milhões de reais por ano para os medicamentos e derivados da erva. Esse montante, ainda segundo a empresa, traria uma arrecadação de R$ 297 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.
Projeções desse tipo no universo da cannabis costumam ser otimistas e levar em conta uma série de fatores que nem sempre se confirmam, pois dependem de regulamentação e aceitação de médicos, pacientes e demais consumidores. Ainda assim, o documento aponta para mais uma tendência global e reforça o potencial da cannabis em uma vertente ainda pouco explorada no Brasil. No resto do mundo, vem crescendo o interesse de atletas, amadores e profissionais, pelos benefícios da planta, principalmente seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. As evidências acumuladas em pesquisas e experiências clínicas, inclusive, levaram a sempre rigorosa agência mundial anti-doping (WADA) a retirar o canabidiol (CBD) da lista de substâncias proibidas durante competições. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados neste ano em função da pandemia, a cannabis terapêutica já estava liberada para aliviar dores e acelerar a recuperação dos competidores.
O relatório da Kaya Mind, que será lançado e disponibilizado gratuitamente no dia 7 de dezembro, usou fontes oficiais que foram balizadas a partir de pesquisas e métricas internas da consultoria. Para a projeção do tamanho do mercado, foram selecionadas 24 modalidades esportivas relevantes no Brasil e os três perfis de atletas com maior potencial para fazer uso medicinal da cannabis. Além disso, foram considerados 15 fatores socioculturais, econômicos e fisiológicos de cada uma das modalidades para a análise, que considerou uma projeção de consumo médio por pessoa, período de tratamento e valor médio do miligrama dos óleos com CBD disponíveis no Brasil.
Com esses dados, a Kaya Mind projeta que o consumo de derivados da planta entre atletas de diferentes níveis (profissionais, amadores e eventuais) tem o potencial de movimentar R$ 901,3 milhões ao ano no país, dos quais R$ 297,4 milhões seriam arrecadados anualmente em forma de impostos.