Baixa escolaridade pode levar a insuficiência cardíaca
Pesquisa aponta que quem estudou menos está mais suscetível ao problema
“Este estudo mostra que a privação, medida a partir de níveis educacionais, deve ser considerada como um fator de risco”
Eva Prescott, pesquisadora
Quanto menos tempo de escolaridade tem uma pessoa maior é o risco de ela sofrer de insuficiência cardíaca – entre os que estudaram mais, a chance de internação por esse problema cai pela metade. A constatação é de um grande estudo europeu que analisou homens e mulheres nestas condições. Esta doença é caracterizada pela incapacidade do coração em bombear o sangue por todo o corpo.
Os pesquisadores acompanharam 18.616 pessoas durante 31 anos, entre 1976 e 2007. Ela foram submetidas a exames regulares para verificar os níveis de colesterol e glicose no sangue, medir a pressão arterial, entre outros. Além disso, os pacientes responderam um questionário sobre a existência de fatores de risco que poderiam desencadear a insuficiência cardíaca, como fumo, excesso de álcool, falta de exercícios físicos ou histórico familiar de doenças. Para obter o indicador socioeconômico, os médicos avaliaram também o tempo de escolaridade de cada um: menor do que oito anos, entre oito e dez anos e maior do que dez anos. Os voluntários ainda foram submetidos a uma ecocardiografia, com o objetivo de examinar o ventrículo esquerdo do coração, com função sistólica e diastólica.
“É o maior e mais completo estudo feito até agora capaz de analisar a relação entre fatores socioeconômicos e os riscos de desenvolver insuficiência cardíaca”, disse a autora do estudo Eva Prescott, professora de prevenção cardiovascular e reabilitação da Universidade Bispebjerg University Hospital, na Dinamarca. “Esta pesquisa mostra que a privação, medida a partir de níveis educacionais, deve ser considerada como um fator de risco para a insuficuência cardíaca”, destacou. A pesquisa foi publicada na edição online do European Heart Journal nesta quinta-feira.