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Relação entre Diniz e Casino está estremecida desde 2010

O empresário tentou, por diversas vezes, mudar acordo que previa sua saída do Pão de Açúcar; em 8 de maio, suas negociações com o Carrefour vieram à tona

Por Ana Clara Costa
28 jun 2011, 07h56

Mesmo antes de a operação que culminou com a última carta de Abílio Diniz, o cenário já era confuso entre o empresário e seu sócio

As negociações entre o empresário Abílio Diniz e o Carrefour vieram à tona quando, em 8 de maio, o semanário francês Journal du Dimanche publicou uma reportagem em que relatava as conversas. Horas depois, tanto Diniz quanto o Casino (o sócio francês do Pão de Açúcar) vieram a público: o primeiro, para dar explicações; e o segundo, para esbravejar. Abílio chegou a afirmar em nota que “que o Grupo Pão de Açúcar não é parte em qualquer negociação com o Carrefour e não contratou qualquer assessor financeiro com esse fim”. Já o Casino expôs sua clara oposição a qualquer tipo de negociação entre as duas empresas. Não bastasse a reação furiosa, o grupo recorreu à Câmara Internacional de Arbitragem para tentar vedar quaisquer tratativas entre o Grupo Pão de Açúcar e seu arquirrival francês Carrefour. Em 16 de junho, após outras diversas negativas do empresário, o Casino anunciou que havia conseguido aumentar sua participação no varejista brasileiro em 3,3% – para 37% do capital social da empresa.

Desentendimentos – Mesmo antes de a operação que culminou com a última carta de Abílio Diniz, o cenário já era confuso entre o empresário e seu sócio. Segundo o jornal francês Le Figaro, Diniz tentou por diversas vezes, desde meados do ano passado, renegociar a cláusula do acordo de acionistas que garante ao Casino o direito de, a partir de 22 de junho de 2012, assumir o controle do Grupo Pão de Açúcar e nomear um dirigente. Tal investida teria criado desconforto nas relações entre ambos, já que o Casino não se mostrou disposto a renegociar.

Mudança na diretoria – O presidente mundial do Casino, Jean-Charles Naouri, havia incumbido quatro diretores de manter um relacionamento próximo com Diniz. No entanto, os quatro deixaram o grupo e dois deles voltaram ao mercado como diretores do Carrefour. O mais proeminente é Pierre Bouchut, que é o atual diretor financeiro do grupo e antigo diretor geral do Casino.

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Outra baixa do Casino foi seu diretor para América do Sul, Francis Mauger, que se tornou diretor do Carrefour Property – braço imobiliário do varejista. Além disso, o ex-diretor de fusões e aquisições do Casino, Hakim Aouani, que havia participado por cinco anos do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, deixou o varejista em 2010 para abrir a Euro Latina Finance, uma consultoria especializada em fusões e aquisições no Brasil. Aouani teria, segundo o jornal, ganhado novos clientes graças a seus antigos colegas de empresa – apesar de não afirmar que um deles era o Carrefour.

Acionistas em guerra – Os maiores acionistas do Carrefour, o fundo americano Colony Capital e o empresário francês Bernard Arnault, têm pressionado os executivos da varejista, nos últimos meses, a vender as operações da rede em países emergentes – alegando que as mesmas não são suficientemente lucrativas e fizeram com que o valor da ação do grupo caísse. Já os minoritários, como a gestora americana Knight Vinke, que possui participação de 2% no grupo, defendem a manutenção das operações. “Eles deveriam voltar todos os seus esforços para melhorar o desempenho de suas operações de hipermercados na Europa, e não para spin offs (desmembramento de uma parte da empresa) ou fusão”, afirmou ao site de VEJA o sócio da gestora, David Trenchard.

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