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Real é a moeda mais afetada, na alta ou na baixa

Apenas em 2013, o dólar já registrou queda de 20% e, em poucas semanas, chegou a acumular alta de 5%

Por Da Redação
11 set 2013, 13h16

Em poucas semanas, o real teve uma valorização de 5%, uma das maiores entre as moedas emergentes. Já chegou a cair 20% neste ano, também uma das maiores do mundo, em boa parte incentivada pelos movimentos nos mercados futuros. Para cima ou para baixo, estudos dos bancos Itaú e Santander mostram que o fato de o Brasil ter um dos mercados mais líquidos do planeta faz com que o país tenha maior variação de sua moeda em movimentos globais.

Isso acontece, principalmente, neste momento em que o mundo vive sob a expectativa de quando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) vai começar a reduzir seu programa de afrouxamento monetário, que injeta todo mês 85 bilhões de dólares no país, tornando a liquidez global mais acentuada.

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O programa americano começou em 2008 e, de lá para cá, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), cerca de 1,1 trilhão de dólares chegaram aos mercados emergentes. Esse fluxo fez com que as moedas desses países se valorizassem.

Valorização – Dados compilados pelo banco Itaú mostram que a moeda brasileira chegou a se valorizar 41% em relação ao dólar (base de 2007), enquanto seus principais concorrentes mundiais não chegaram a 30%. Na Índia, por exemplo, o auge da valorização foi de 27%, na Indonésia, de 26%, e no Chile, de 23%. Estudos do Santander vão na mesma direção. A economista do banco Adriana Dupita diz que a cada 10% de valorização ou desvalorização de uma cesta de moedas de emergentes, o real sobe ou desce 16%.

O mercado brasileiro é o segundo mais líquido, só atrás dos Estados Unidos, atraindo fortemente o capital estrangeiro, segundo o professor Pedro Rossi, da Universidade de Campinas. Ele diz que o mercado futuro chega a movimentar três vezes mais do que o mercado à vista, influenciando diretamente a cotação. “O Banco Central deveria buscar enfraquecer esses movimentos especulativos e dar mais liquidez ao mercado à vista”, diz.

Desde a crise de 2008, o BC vem tentando controlar o câmbio. Impôs barreiras em 2010, como a cobrança de imposto sobre operações financeiras (IOF), que foi um dos fatores que manteve o dólar na casa dos 2,00 reais em 2012. Neste ano, com os fluxos se esvaindo, a decisão foi no sentido contrário e, desde que retirou o IOF das operações de renda fixa, atraiu 20 bilhões de dólares ao país.

Os fluxos médios mensais de dólares têm se mantido em uma média de 5 bilhões de dólares, segundo levantamento da LCA Consultores, desde 2009. Quase o dobro de anos anteriores. Esse número considera os investimentos diretos e os fluxos para aplicação em ações e títulos de renda fixa.

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Fator Fed – O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, que foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e também operador do mercado financeiro, é assertivo em dizer que os movimentos especulativos têm data, e é o do dia 18 de setembro – quando o Fed pode tomar uma decisão final sobre o programa monetário. “Depois do dia 18 não tem mais como especular”, diz ele.

Na média, economistas e bancos estimam que o dólar feche o ano valendo entre 2,30 reais e 2,40 reais. Para o próximo ano, subiria a 2,50 reais.

(com Estadão Conteúdo)

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