Petrobras recorre a fornecedores estrangeiros para continuar projetos
Medida ocorre em meio ao congelamento de contratos com 23 empresas brasileiras investigadas na Operação Lava Jato
Atualizada às 17h30
Depois de afastar 23 grupos nacionais de suas licitações, a Petrobras está recorrendo a fornecedores estrangeiros para dar andamento a seu plano de investimentos, que soma 220,6 bilhões de dólares até 2018. Segundo o jornal Valor Econômico, a estatal confirmou a abertura de licitação, destinada a estrangeiras, para recontratar os serviços de construção dos módulos de compressão de gás antes contratados da Iesa Óleo e Gás para plataformas do pré-sal da Bacia de Santos.
O contrato com a Iesa foi rescindido em novembro do ano passado porque a companhia, hoje em recuperação judicial, não conseguiu entregar o prometido. A empresa, que pertence ao grupo Inepar, também está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Lava Jato. Dois de seus executivos chegaram a ser presos no fim do ano passado.
Outras concorrências também devem ser feitas com a participação de estrangeiras. O jornal cita, por exemplo, as obras de construção e montagem de uma unidade de fertilizantes em Três Lagoas (MS), cujo contrato anterior foi rescindido com o consórcio chinês Sinopec e a brasileira Galvão Engenharia em dezembro por descumprimento do acordado.
Em nota, a petroleira admitiu que poderia recorrer a fornecedores externos para dar sequência a seu plano de investimentos.
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Há duas semanas, a Petrobras anunciou um bloqueio cautelar a 23 empresas que, assim, ficaram impedidas, pelo menos temporariamente, de participar de licitações ou firmar qualquer tipo de contrato com a estatal. Essas companhias são investigadas por formação de cartel e acusadas de agirem contra o interesse da companhia.
Entre as bloqueadas estão Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. A lista foi feita com base nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e os empresário Julio Gerin de Almeida Camargo, do Grupo Toyo, e Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, do Grupo Setal.