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Fusão no varejo causa preocupação na agroindústria

Fornecedores consideram que a concentração reduz o poder de barganha

Por Da Redação
29 jun 2011, 21h40

“O que se teme é o efeito de desigualdade de negociação”, diz Nathan Herszkowicz, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café

Setores agroindustriais estão preocupados com a possível fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a operação brasileira do Carrefour. Representantes de fornecedores de leite longa vida, trigo, carne bovina e café torrado e moído consideram que a alta concentração do varejo é negativa em termos de negociação, por causa da perda do poder de barganha. Também pode ser ruim para o consumidor final, na avaliação desses setores, pois a concentração nem sempre representa preços mais baixos nas prateleiras dos supermercados.

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que a concentração no setor varejista é sempre danosa para os fornecedores, de maneira geral, e não deve ser diferente no caso da negociação de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil. “O que se teme é o efeito de desigualdade de negociação, fazendo com que pequenas e médias empresas principalmente se tornem inviáveis como fornecedoras para as grandes redes”, acrescentou.

Lácteos – A concentração também preocupa o segmento de lácteos, uma das cinco categorias mais vendidas nas redes do varejo de alimentos, considerou Nilson Muniz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). “A indústria é penalizada. O processo beneficia mais o lado que está concentrado e gera uma relação desigual”, afirmou. A entidade também vê com preocupação a possibilidade de ampliação das marcas próprias de leite da rede resultante da fusão. “Isso inibe a inovação, desenvolvimento de novos produtos”, opina.

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Carnes – No setor de carnes a apreensão é a mesma. “Estou preocupado há muito tempo com a concentração no varejo. É ruim para o consumidor e para as diversas cadeias do agronegócio”, disse o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar. Para ele, as margens do varejo vão ficar ainda maiores do que já estão. Uma pesquisa realizada pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), junto com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostrou que, nos últimos cinco anos, enquanto a arroba do boi gordo se valorizou 85%, as peças comercializadas no varejo aumentaram 142%. “Alguém precisa ficar de olho nisso”, alertou Vacari.

De acordo com dados da Abras, o grupo das 50 maiores empresas do setor foi responsável pelo faturamento de 128,8 bilhões de reais em 2010. Juntas, somaram 6.041 mil lojas e empregaram cerca de 500 mil pessoas. O grupo das 50 maiores saltou de uma representatividade de 60% em 2009 para 64% no faturamento do setor em 2010.

(com Agência Estado)

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