Brasil não deve usar reservas para conter alta do dólar
Segundo fonte do Ministério da Fazenda, governo considera que o movimento cambial não se deve a fatores internos, portanto, para a fonte, não se trata de fuga de capital
O governo brasileiro não considera usar suas reservas internacionais neste momento para conter a forte alta do dólar ante o real, disse uma fonte do Ministério da Fazenda nesta sexta-feira.
Segundo a fonte, a intervenção no câmbio depende de como o governo vê o movimento da moeda, que não tem sido avaliado como resultado de uma fuga de capitais – e sim um fluxo impulsionado pela mudança na política monetária dos Estados Unidos. Portanto, o Executivo descarta a necessidade de usar as reservas neste momento.
O governo avalia que as recentes altas do dólar ante o real representam a busca do mercado por um novo patamar de equilíbrio da moeda, um pouco acima de 3 reais, e que neste processo pode haver excessos, como o que está acontecendo na sessão desta sexta-feira.
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O país tem 372 bilhões de dólares em reservas, segundo a última nota do Setor Externo, divulgada pelo Banco Central. A intervenção cambial comandada pelo Banco Central desde o ano passado não implicou uso das reservas. O BC trabalhou com leilões de contratos de swap, que significa a venda da moeda no mercado futuro, numa operação financeira que não envolve queimar dólares guardados pelo país no exterior. Contudo, mesmo as medidas envolvendo swaps estão com prazo para acabar: vencem agora, no final de março.
A moeda norte-americana chegou ser negociada a 3,28 na máxima da sessão desta sexta, patamar intradia mais alto desde abril de 2003. Às 14h25, o dólar era cotado a 3,26 reais para venda, alta de 3,12%.
(Com Reuters)