Bolsas asiáticas caem após prisão de chefe do FMI
Apesar de o fundo afirmar que a detenção não prejudica as negociações sobre a dívida europeia, os investidores demonstraram preocupação
As bolsas de valores asiáticas reagiram à prisão do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e fecharam em baixa, nesta segunda-feira. O dólar se fortaleceu, com preocupações crescentes sobre uma possível reestruturação de dívida na zona do euro. Apesar de o FMI afirmar que a detenção não vai prejudicar as negociações para evitar uma piora na crise de dívida europeia, os investidores demonstram preocupação com as consequências do escândalo que envolve o número um do fundo.
A prisão de Strauss-Kahn aconteceu quase na véspera de uma série de novas negociações sobre como lidar com a crise do bloco monetário europeu. O diretor-gerente do FMI deveria reunir-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, no domingo, e juntar-se ao encontro de ministros das Finanças da zona do euro nesta segunda-feira para discutir os problemas europeus.
Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,94 por cento, com os bancos registrando as maiores perdas. A bolsa da Austrália recuou 1,3 por cento. As ações da Whitehaven Coal desabaram cerca de 12 por cento. A companhia cancelou uma venda depois que um leilão de cinco meses não conseguiu encontrar um comprador no preço certo.
O índice de Seul caiu 0,75 por cento. Em Hong Kong, o mercado recuou 1,36 por cento e a bolsa de Taiwan perdeu 1,05 por cento, enquanto o índice referencial de Xangai teve baixa de 0,77 por cento. Cingapura encerrou em queda de 0,86 por cento.
Tendo subido mais de 4 por cento em menos de duas semanas, o dólar ampliou a valorização com a ajuda das oscilações violentas das commodities e dos problemas da zona do euro.
A demanda menor por ativos mais arriscados também estava evidente nos mercados de commodities e nas moedas asiáticas, que perdiam valor enquanto ativos considerados mais seguros avançavam, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos e os bônus japoneses.
Calma – Nesta segunda-feira, um porta-voz da Comissão Europeia reforçou a tese de que a detenção do diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acusado de agressão sexual, não deve afetar os planos de ajuda financeira para os países da Eurozona, dos quais o organismo com sede em Washington participa.
“Temos plena confiança de que haverá uma continuidade nas operações e na tomada de decisões no FMI”, destacou o porta-voz. O escândalo “não deve ter nenhum impacto sobre os programas de ajuda para Grécia, Irlanda e Portugal”, acrescentou, antes de uma importante reunião da Eurozona em Bruxelas sobre a crise da dívida soberana da qual o diretor gerente do FMI deveria participar. No domingo, porém, autoridades gregas já haviam demonstrado a preocupação de que o caso possa retardar a aprovação de um novo resgate.
(Com agências Reuters e France-Presse)