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Hopi Hari pede recuperação judicial – dívida é de R$ 300 milhões

No início de agosto, visitantes que tentaram entrar no Hopi Hari encontraram as portas fechadas. Funcionários disseram que motivo eram salários atrasados

Por Da redação
25 ago 2016, 10h50

O parque temático Hopi Hari, localizado em Vinhedo, interior de São Paulo, entrou nesta quarta-feira na Justiça com pedido de recuperação judicial. O pedido foi apresentado pela empresa e suas controladoras – HH Parques Temáticos e HH Participações S/A, na Comarca de Vinhedo, de acordo com comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Com uma dívida de cerca de 300 milhões de reais- dos quais 200 milhões de reais contraídas com o BNDES e o restante nas mãos de debenturistas (detentores de títulos) e outros credores -, a companhia não tem conseguido gerar caixa.

O advogado Daltro Borges, do escritório Ferro, Castro Neves, Daltro & Gomide Advogados, que representa a companhia, afirmou que o Hopi Hari está em conversa com investidores na tentativa de se reerguer. O pedido de recuperação judicial foi feito na 2ª Vara Cível da Justiça de Vinhedo. A empresa tem um pedido de falência em curso na 1ª Vara Cível da mesma comarca.

Segundo Borges, a exigência desses potenciais investidores aos controladores seria que a empresa entrasse com pedido de recuperação judicial para poder fazer o aporte. “A expectativa é apresentar o plano de recuperação nos próximos 60 dias e negociar o aporte. Os donos aceitam abrir o controle”, afirmou. “Com exceção do BNDES, a companhia não tem dívida com outros bancos. Ela tem se financiado por meio de factorings, que é dinheiro caro”, afirmou.

Em julho, a empresa passou por um revés, aprofundando sua crise. A Justiça de São Paulo autorizou o empresário Cesar Augusto Federmann, um dos credores da companhia, a fazer a retirada de uma montanha-russa do parque. Borges afirmou que a companhia fechou acordo sobre esse tema. Essa montanha-russa era uma das grandes atrações e promessa de receita para a companhia.

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No início de agosto, visitantes que tentaram entrar no Hopi Hari encontraram as portas fechadas. Segundo os funcionários da companhia, eles estavam em greve por conta de salários atrasados.

A situação financeira da empresa foi agravada após o acidente, em 2012, no qual uma adolescente faleceu ao cair de um brinquedo no parque, afirmou o advogado. O faturamento bruto, à época, era em torno de 100 milhões de reais e, desde então, vem caindo.

O parque de diversões recebe, em média, 80 mil visitantes por mês e o período de alta temporada é de setembro a janeiro. Procurada, a empresa afirmou que só se pronunciaria por meio de fato relevante.

Meta ambiciosa

Fundado em 1999, o Hopi Hari tinha como controlador o fundo GP Investments, além dos fundos de pensão Previ (do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petros (da Petrobras) e Sistel como acionistas. O investimento, na época estimado em 200 milhões de dólares (aproximadamente 640 milhões de reais), foi idealizado para ser um complexo de diversão à altura dos parques temáticos americanos.

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Com os planos frustrados, os fundos venderam, em 2008, suas participações por um preço simbólico a acionistas da consultoria Íntegra Associados, reunidos na HH II Participações. Quando repassou o controle, a companhia já acumulava pesadas dívidas e foi considerada um dos investimentos mais malsucedidos feito por esses fundos. Outros acionistas ingressaram no grupo no início deste ano, segundo fontes.

Uma onda de fundos começou a investir em parques temáticos no início dos anos 2000, mercado que era considerado resiliente, mas os retornos não foram como o esperado.

(Com Estadão Conteúdo)

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