TIM nega irregularidades em seu balanço
Ações da operadora caíram na bolsa de valores após notícia de dívida de 6,6 bilhões de reais e problemas junto à Comissão de Valores Mobiliários
A TIM Participações negou nesta terça-feira que possua uma dívida de 6,6 bilhões de reais e que enfrente problemas junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre irregularidades no balanço. O comunicado da empresa foi divulgado após o colunista Lauro Jardim, de VEJA, ter dito pela manhã que a autarquia e a SEC (a CVM dos EUA) abriram dois processos para investigar denúncias sobre a empresa. A notícia também teve como efeito uma queda expressiva do valor dos papeis da operadora na BMF&Bovespa.
A TIM é acusada pelo acionista minoritário JVCO Participações, do empresário Nelson Tanure, de irregularidade no balanço devido à quantia, considerada pelo investidor como “irrisória”, que a TIM provisionou para potenciais riscos tributários. Tanure, em nota à imprensa, alegou que a TIM possuía “mais de 6,6 bilhões de reais em autuações existentes em 31 de dezembro”, com provisão de 126,5 milhões de reais para este risco.
Para a empresa do grupo Telecom Italia, no entanto, essa dívida não existe, e o montante total refere-se “a contingências cujo grau de risco… não exige provisionamento segundo as normas contábeis aplicáveis”.
Em comunicado para o mercado, a TIM afirmou que segue estritamente as normais legais. “Todas as premissas de avaliação de risco adotadas pela companhia, que resultaram nas provisões de contigências reportadas nas suas demonstrações financeiras, inclusive aquelas de ordem tributária, foram feitas em estrito cumprimento com todas as regras contábeis aplicáveis”.
A empresa declarou ter conhecimento da reclamação da JVCO junto à CVM sobre o tema, e afirmou já ter se manifestado “há tempos”, de maneira minuciosa, e que “que continua pronta a demonstrar a correção do procedimento adotado e das demonstrações financeiras publicadas e informadas ao mercado”.
De acordo com resultados de consulta no site da CVM, a JVCO possui dois processos de reclamação em andamento, embora não seja possível, em um primeiro momento, ter acesso aos méritos dos autos. Um processo foi aberto em junho e outro em setembro deste ano.
Contatada pela imprensa, a CVM não respondeu ao pedido de comentários sobre o tema. Às 15h58, as ações da TIM caíam 5,84%, a 7,41 reais, enquanto o Ibovespa cedia 0,57%.
(com agência Reuters)