S&P e Moody’s afirmam que acordo fiscal não resolve dívida dos EUA
Para a Moody's, são necessárias outras medidas para cortar o déficit; S&P afirma que acordo não faz grande coisa para endireitar as finanças pública do país
O acordo fiscal fechado nos Estados Unidos não resolve o problema da dívida do país, avaliaram as qualificadoras de risco Moody’s e Standard and Poor’s (S&P). Segundo comunicado da Moody’s, o acordo entre democratas e republicanos “não dá nenhuma base para uma melhora significativa da razão de endividamento dos Estados Unidos a médio prazo e mais”.
Para a Moody’s, são necessárias outras medidas para cortar o déficit e avalia que estas serão “discutidas nos próximos meses” nas novas negociações entre as duas partes.A qualificadora de riscos lembrou que destas negociações dependerá a evolução creditícia do país, que se mantém em “Aaa”, mas que a agência advertiu em setembro que poderia baixar para “Aa1” na falta de um acordo no Congresso.
O Congresso americano aprovou na terça-feira à noite (madrugada de quarta-feira no Brasil) um acordo para evitar o “abismo fiscal”, um amplo plano de austeridade forçada, que poderia colocar a economia americana novamente em recessão, embora tenha adiado as decisões mais complexas sobre a fórmula para rebaixar o déficit público.
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Já a S&P avaliou que “o acordo não faz grande coisa para endireitar as finanças públicas para uma trajetória mais viável a médio prazo”. A S&P tinha reduzido a nota dos Estados Unidos para “AA+” (um degrau abaixo do máximo) depois que, próximo à data limite para terminar as negociações, ainda não havia um acordo entre os parlamentares.
Segundo as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a dívida soberana dos Estados Unidos deveria chegar a 107,2% do PIB em 2012, com uma projeção de que atingirá 114% em 2015.
(com agência France-Presse)