Preço do imóvel sobe 11,3% de janeiro a outubro
Aumento é superior a índices de inflação e a investimentos como CDI, dólar e poupança
O mercado imobiliário para compra e venda de apartamentos, tanto usados como novos, está surpreendendo este ano. Entre janeiro e outubro, o preço médio do metro quadrado de imóveis prontos, a maioria usados, subiu 11,3% em 16 cidades brasileiras, aponta pesquisa FipeZap. Somente em outubro, o preço do metro quadrado subiu 1,3%, um pouco acima do visto em setembro (1,2%). A base de dados é formada pelos apartamentos anunciados na internet.
A alta de preço dos imóveis neste ano é maior do que os principais índices de inflação no período, de 4,4% projetada para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro a outubro, e de 4,58% pelo IGP-M, índice muito usado em reajustes de contratos de aluguel.
Além disso, o aumento do preço do metro quadrado também superou – de longe – o rendimento das aplicações financeiras mais comuns. De janeiro a outubro, o rendimento bruto do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) foi de 6,46%, sem descontar o imposto. O dólar, por sua vez, valorizou-se 9,1% em relação ao real e a poupança teve rendimento líquido de 4,69%. Já os papéis negociados na BM&F Bovespa caíram, em média, 11,35% no período.
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Fábio Colombo, administrador de investimentos, pondera que, apesar da alta, nos últimos 18 meses o mercado está desacelerando. “Os imóveis vêm tendo grande recuperação há algum tempo, mas no último ano e meio tem ocorrido uma desaceleração.” Em 2011, o preço do metro quadrado em sete capitais subiu 26,3%; no ano passado, 12,4% e neste ano até outubro, 10,3%.
Ele diz ainda que em regiões com menor liquidez, isto é, onde os negócios demoram mais para serem fechados, os preços efetivos são menores. Dos 16 locais pesquisados, só um, o Distrito Federal, acumulou alta inferior à inflação de janeiro a outubro. O destaque positivo foi Curitiba (33,2%), seguido por Florianópolis (13,1%),Vitória (12,7%), Rio de Janeiro (12,5%), Porto Alegre (12,3%) e São Paulo (11,2%).
Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice FipeZap, diz que a alta de preços reflete ainda o bom momento do emprego e da renda no mercado de trabalho, associado à maior oferta de crédito imobiliário. “Um milhão de novas famílias são formadas no Brasil a cada ano. Esse é mais um fator de pressão de preços do lado da demanda.”
Novos – Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, o bom momento já pede mudanças nas projeções para o ano. As expectativas agora são de alta entre 15% e 20% nos lançamentos e entre 25% e 30% nas vendas de imóveis novos. No início do ano, ambas estavam entre 5% a 10% de crescimento.
(com Estadão Conteúdo)