Líderes da UE têm reunião crucial sobre orçamento do bloco
Países se dividem em dois grupos: um deles, a favor de cortes nos gastos; o outro, quer a manutenção deles, mas com mais investimentos em empregos
Os lideres da União Europeia reúnem-se a partir desta quinta-feira em uma cúpula de dois dias em Bruxelas, na tentativa de firmar um acordo sobre o orçamento do bloco pelos próximos sete anos. As negociações, contudo, prometem ser tensas: os 27 países que compõem a UE dividem-se em questões sobre cortes de gastos e planos de austeridade em todo o continente – justamente em um momento em que as despesas do bloco estão em alta.
Em novembro do ano passado, uma cúpula semelhante terminou sem acordo. Em 2005, última ocasião em que a UE realizou sua maratona de negociações orçamentárias até então, as reuniões duraram seis meses e culminaram em uma tensa cúpula em que a Grã-Bretanha fez uso de seu veto até que finalmente um acordo fosse obtido.
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, queria originalmente estabelecer um teto de gastos de 1,02 trilhão de euros para o período de 2014-2020, um aumento de 5% em relação ao atual teto. Em novembro, contudo, o numero foi cortado para 973 bilhões de euros e, mais tarde, para 943 bilhões de euros – total que chegaria a 1,01 trilhão de euros com o acréscimo dos demais gastos já acordados pela UE.
Grã-Bretanha, Alemanha e outros países querem reduzir as despesas do bloco para espelhar os cortes orçamentários feitos por governantes em todo o continente, vitimado por uma grave crise financeira. Outro grupo, liderado pela França e pela Itália, quer manter os gastos, mas destiná-los em maior volume a investimentos que contribuiriam para a criação de empregos.
Analistas ouvidos pela rede britânica BBB afirmam que o fracasso das negociações levaria a União Europeia a, novamente, adotar gastos anuais mais elevados.