Depois da concordata em 2009, a maior montadora americana tem lucro
Lucro de 2010 foi maior que o esperado, em 4,7 bilhões de dólares. Por ação, o lucro representa 2,89 dólares no ano, quando os analistas esperavam 2,86 dólares
A maior montadora americana, a General Motors (GM), voltou ao azul em 2010 pela primeira vez desde 2004, com um lucro que superou as previsões – 4,7 bilhões de dólares. Por ação, o lucro representa 2,89 dólares no ano, quando os analistas esperavam 2,86 dólares.
Considerada um ícone do capitalismo americano que por quase oitenta anos foi o maior fabricante de automóveis do mundo e uma fonte de inovações tecnológicas que revolucionou desde as cirurgias cardíacas até as viagens à Lua, a GM chegou a pedir concordata em junho de 2009. Na ocasião, a montadora registou no Tribunal de Falências ativos totais de US$ 82,3 bilhões, com dívida total de US$ 172,8 bilhões. Naquele ano, a montadora vinha queimando US$ 2 bilhões em caixa por mês, uma situação agravada pela relutância dos consumidores em adquirir veículos. Para se ter uma ideia, a empresa perdeu US$ 6 bilhões nos primeiros três meses de 2009.
O pedido de concordata da GM seguiu o fracasso da montadora em atender a exigência do presidente dos EUA, Barack Obama, de apresentar um novo plano que a fizesse retornar à lucratividade. A partir daí, o governo americano, que já colocara 20 bilhões de dólares para tentar salvar a empresa no início de 2009, desembolsou mais 30 bilhões e ficou com 60% das ações. O restante ficou nas mãos do sindicato dos trabalhadores na indústria automobilística (17,5%), do governo do Canadá (12,5%) e de acionistas particulares (10%).
A estatização, que incluiu reformulação da empresa, com corte de pessoal, de fábricas, e de marcas, produziu uma ironia incontornável: o país-símbolo do capitalismo estatizou a empresa-ícone do capitalismo. Que agora, parece, começa a dar a volta por cima.