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EUA correm contra o relógio para evitar 1º calote da história

Nesta quinta, país atingirá seu limite de endividamento. E acordo para aumentar teto da dívida segue longe. Senado e Câmara farão último esforço nesta quarta

Por Da Redação
16 out 2013, 08h57

À meia-noite de quinta-feira os Estados Unidos atingirão seu limite de endividamento. E, sem que os parlamentares do país cheguem a um acordo sobre aumentar o teto da dívida americana, os EUA ficarão a um passo do primeiro calote de sua história. Um consenso em Washington, contudo, ainda parece longe de ser alcançado. Ao desta quarta-feira, o Senado fará um último esforço para evitar o calote – algo que o presidente americano Barack Obama e a chefe do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, já alertaram: poderia levar a economia global novamente à recessão.

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Depois de um dia de negociações complicadas, os líderes democrata e republicano no Senado disseram estar perto de chegar a um acordo sobre uma proposta para elevar o limite da dívida – e reabrir o governo parcialmente fechado – que será levada ao plenário da Casa nesta quarta-feira. “O senador Reid e o senador McConnell retomaram as negociações e estão otimistas sobre a possibilidade de se chegar a um acordo em breve”, declarou Adam Jentleson, porta-voz do líder da maioria democrata, Harry Reid, em referência ao líder da minoria republicana, Mitch McConnell.

O destino do projeto permanece incerto na Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos. A Casa fracassou duas vezes na terça-feira em tentativas de produzir um plano próprio. O Senado tem sessão marcada para as 13 horas (horário de Brasília) desta quarta, e a Câmara para as 11 horas.

Caos – O senador democrata Heidi Heitkamp disse à CNN que o acordo “está de volta aos trilhos”, após um dia de acontecimentos caóticos, que elevaram a tensão de muitos membros do Congresso e dos mercados financeiros globais.

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Após semanas de disputas entre democratas e republicanos, a paralisação de agências federais e bastante turbulência para os mercados, o acordo em discussão – se, eventualmente, promulgado – daria ao presidente Obama o que ele exige há meses: um aumento do limite da dívida e a aprovação da lei de financiamento do governo.

O acordo estenderia a capacidade de empréstimos dos EUA até 7 de fevereiro, embora o Departamento do Tesouro tenha ferramentas para prolongar temporariamente sua capacidade de endividamento para além dessa data, se o Congresso não agir no início do próximo ano. O projeto também financia agências do governo até 15 de janeiro, pondo fim a uma paralisação parcial que começou com o novo ano fiscal, em 1º de outubro.

Default – Caso não se chegue a um acordo, os EUA não declarariam default de suas obrigações da dívida e contas nesta quinta-feira. A data se destaca porque é o dia em que o Tesouro americano estimou que ficaria sem os movimentos de curto prazo – como atrasar o financiamento para determinados programas de previdência e travar contribuições para um fundo que é utilizado para estabilizar os mercados financeiros internacionais – que permitiu que os Estados Unidos continuassem a emitir nova dívida e pagar as suas contas depois que o teto da dívida foi tecnicamente alcançado em maio.

A partir disso, os Estados Unidos teriam que contar com as receitas de impostos e dinheiro em caixa – cerca de 30 bilhões de dólares, de acordo com estimativas do Tesouro – para pagar os juros de sua dívida, cheques da Segurança Social e outras obrigações.

Caixa – Uma incógnita é se o desligamento parcial do governo desde o início de outubro deixou o Tesouro com mais dinheiro do que o esperado. No dia 17 de outubro, o governo dos EUA deve deixar rolar mais de 120 bilhões de dólares em vencimentos de dívida. Não deve haver um custo líquido para o governo.

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Em 22 de outubro, o Escritório de Orçamento do Congresso estima que o governo pode esgotar suas reservas e começar a não fazer todos os pagamentos, enquanto no dia seguinte, o governo deve pagar 12 bilhões de dólares em benefícios da Previdência Social. Já em 24 de outubro, deve rolar mais 57 bilhões de dólares em vencimentos de dívida.

Além disso, em 31 de outubro, o governo americano deve pagar 6 bilhões de dólares em juros e rolar 115 bilhões de dólares em vencimentos de dívida. Nesta data, o Escritório de Orçamento do Congresso estima que o governo terá esgotado o seu saldo de caixa. No dia seguinte, o governo deve desembolsar 55 bilhões de dólares em pagamentos militares, segurança social e no programa de saúde Medicare.

Insanidade – O megainvestidor americano Warren Buffett disse à rede de notícias CNN nesta quarta-feira que é ‘insana’ a briga sobre o aumento do teto de dívida pública dos EUA. “É insanidade, mas acredito que será resolvido. É totalmente estúpido ter um teto de endividamento de qualquer jeito. É uma arma de destruição em massaque não deveria ter ser usada e nem nunca mais ser usada”, comentou.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

Não há até agora acordo na Câmara para a elevação do teto da dívida, e a quinta-feira está chegando. No Senado, informa o NYT, as negociações continuam. No limite, espera-se que o acordo costurado por lá acabe sendo politicamente imposto aos republicanos da outra Casa legislativa – imposição política, é bom que se diga. Se eles decidirem não aprovar mesmo, aí só Deus sabe. Não há lei que os obrigue a votar, e também não há Renans e Sarneys por lá para fazer trocas virtuosas, se é que é vocês me entendem… Intransigência de quem? Dos republicanos, sim, especialmente os do Tea Party. Mas e Barack Obama, que é o presidente do país? Seus adversários querem agora uma ou duas concessões IRRELEVANTES! Não é fato que estejam simplesmente querendo jogar o tal “Obamacare” (já falo a respeito desse apelido que ganhou a reforma da saúde…) no lixo. Eis uma distorção miserável do noticiário, criada pela banda democrata da imprensa americana e por seus porta-vozes.

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(Com agências Reuters e Estadão Conteúdo)

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