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Em 2013, TelexFree fez o tema ‘pirâmide’ voltar à tona

Empresa investigada por prática de crime financeiro envolvendo mais de 1 milhão de brasileiros teve seus bens bloqueados pela Justiça — mas sua operação continua no exterior

Por Naiara Infante Bertão
29 dez 2013, 09h39

Ao longo deste ano, mais de 1 milhão de brasileiros se viram diante de uma situação financeiramente desastrosa. Investiram seu dinheiro numa empresa que praticava o chamado ‘marketing multinível’, a TelexFree – mas viram o investimento virar pó no instante em que a empresa foi bloqueada pela Justiça acusada de prática de crime contra a economia popular, ou formação de pirâmide. Além dela, a BBom também teve suas atividades paralisadas pela Justiça. Outras 80 firmas que praticam atividade similar também são investigadas pelo Ministério Público. O tema das pirâmides estava adormecido desde a década de 1990, com o esquema das Fazendas Reunidas Boi Gordo, que drenou mais de 3 bilhões de reais dos brasileiros. A TelexFree o trouxe à tona.

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Com o bloqueio da TelexFree, a Justiça terminou por mexer num vespeiro de empresas que operam no limiar da lei: usam a venda direta para comercializar seus produtos, enquanto os ‘vendedores’ recebem comissões não só pelos produtos vendidos, como também pela quantidade de pessoas que trazem para fazer parte da rede de vendas. A dificuldade da Justiça é provar que a receita da empresa é proveniente da entrada de novos vendedores ou da real comercialização dos produtos. No caso da TelexFree, a Justiça verificou que o bloqueio de bens da empresa, da ordem de 600 milhões de reais, não chega perto do valor aplicado pelos brasileiros que aderiram ao negócio.

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Ao longo do ano, a empresa tentou inúmeras formas de desbloquear suas contas – sem obter sucesso. Os chamados ‘divulgadores’, que são os indivíduos que investiram nos pacotes da empresa, que, em teoria, são planos de telefonia de dados Voip (sigla para Voice Over Internet Protocol), fizeram inúmeras manifestações a favor da empresa, pedindo a liberação de suas atividades. Afinal, eram eles as maiores vítimas do bloqueio.

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Seis meses se passaram desde a paralisação da TelexFree e pouca coisa mudou. As investigações ainda não foram concluídas e não houve instauração de inquérito – apenas uma ação civil pública foi movida pelo Ministério Público do Acre. Os ‘divulgadores’, em busca do dinheiro perdido, encontraram novas formas de investir na empresa, por meio de subsidiárias no exterior, como no Japão e nos Estados Unidos. Há centenas de tutoriais na internet explicando como um indivíduo sem conta no exterior pode ganhar milhares de reais aderindo à rede TelexFree em outros países. Para fechar o ano turbulento, a empresa – cujo único nome aparente é o do diretor de Marketing Carlos Costa – convocou mais de 3 mil divulgadores para um cruzeiro que partiu do Rio de Janeiro com destino a Ilhabela. Houve até mesmo show dos sertanejos Bruno e Marrone, cujo cachê está em torno de 500 mil.

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