Economia espanhola volta à recessão no primeiro trimestre
Contração de 0,3% reflete o encarecimento da dívida no país e a situação delicada na Europa
A economia da Espanha apresentou recessão no ano passado, após dois anos de ligeira recuperação. De acordo com o presidente do Banco da Espanha, Miguel Angel Fernandez Ordonez, a contração de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) espanhol no último trimestre de 2011 continuou nos três primeiros meses do ano. A entrada de um país em recessão é definida tecnicamente por dois trimestres consecutivos de crescimento negativo.
A intensificação da crise da dívida soberana foi o principal fator que prejudicou a economia do país, segundo Ordonez. Os custos dos empréstimos ao governo, por meio de venda de títulos de dívida soberana, têm aumentado nos últimos meses, elevando ainda mais os débitos do país.
No fim de março, o governo espanhol aprovou um projeto de orçamento para 2012 que prevê corte de mais de 27 bilhões de euros, especialmente com o congelamento de salários de funcionários públicos e redução do orçamento dos ministérios. O governo conservador de Mariano Rajoy estabeleceu como meta reduzir o déficit público a 5,3% do PIB este ano, depois da disparada a 8,51% em 2011.
A taxa de desemprego na Espanha chegou a 22,85% em março, oitavo mês seguido de alta do índice. Entre os jovens a situação é ainda pior: mais da metade dos menores de 25 anos estão à procura de um trabalho.
Projeções
Após um frágil crescimento, de 0,7%, no conjunto de 2011, o governo espanhol prevê uma contração de 1,7% do PIB em 2012, com o primeiro trimestre negativo. Os dados oficiais provisórios do crescimento espanhol no primeiro trimestre devem ser anunciados em 30 de abril.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia espanhola diminuirá 1,8% em 2012, mas voltará a crescer em 2013, com 0,1% de alta do PIB. Em suas previsões anteriores, em janeiro, o FMI havia indicado dois anos de recessão para a economia espanhola, com quedas do PIB de 1,7% em 2012 e de 0,3% em 2013.
(Com agências France-Presse e EFE)