Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Custo de energia ameaça sete grandes empresas no NE

om o fim dos contratos com o governo federal, as empresas, que empregam 8.000 pessoas na região, ficarão numa situação delicada

Por Da Redação
25 out 2014, 09h10

O fim dos contratos de energia com a Chesf, do grupo Eletrobrás, poderá comprometer a operação de sete grandes empresas instaladas no Nordeste: Braskem, Ferbasa, Dow, Mineração Caraíba, Paranapanema, Gerdau e Vale. Hoje essas empresas são abastecidas diretamente pela estatal (sem intermediação de uma distribuidora) e pagam em média 100 reais pelo megawatt/hora (MWh). A partir de 1º de julho de 2015, se o governo não mudar de ideia, elas terão de comprar essa energia no mercado por um valor, pelo menos, três vezes maior.

O problema das empresas surgiu em 2012 com a MP 579, que antecipou a renovação das concessões das hidrelétricas. Para baratear a conta de luz do brasileiro, o governo federal decidiu dividir a energia das usinas em cotas para entregar às distribuidoras. Assim, a Chesf ficou sem energia para cumprir os contratos e teve de ir a mercado para comprar a eletricidade e atender os consumidores industriais.

A partir do ano que vem, no entanto, esse compromisso acaba. “As empresas estão apavoradas”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa. Até agora o governo não tem demonstrado nenhuma intenção de manter os contratos com as empresas. Em nota, afirmou que a energia será entregue até 30 de junho de 2015.

Leia mais:

Para evitar panes, térmicas cortam produção

Continua após a publicidade

Tarifa de luz já subiu 17,63% e pode ficar maior até fim do ano

O assunto poderá parar na Justiça. Uma das justificativas das empresas para a continuidade do abastecimento é que o contrato não é de consumidor livre. As empresas estão enquadradas como consumidores especiais, mais próximos de um consumidor cativo. E um consumidor cativo não tem a energia interrompida, destaca Pedrosa.

Com o fim dos contratos, as empresas, que empregam 8.000 pessoas na região, ficarão numa situação delicada. Dificilmente seriam atendidas por uma distribuidora já que o volume de energia consumido é alto – as concessionárias precisam informar com antecedência sua demanda de energia ao governo para a realização dos leilões. Segundo o consultor da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), Danúbio Lacerda, o consumo dessas empresas corresponde a 700 MW médios. “É mais que a demanda do Estado de Alagoas.”

Problemas – Outra alternativa seria as empresas virarem consumidoras livres e assinarem contratos com alguma geradora. Mas, nesse caso, as empresas esbarrariam em dois problemas. O primeiro é que a oferta de energia está restrita com o baixo nível dos reservatórios.

Continua após a publicidade

Segundo fontes da área de comercialização, quem tem contrato vencendo a partir do ano que vem não está conseguindo renovar. Além disso, com a escassez de chuvas no Sudeste/Centro-Oeste, o preço da energia está nas alturas.

No mercado à vista, está em 822 reais o MWh. Para contratos de um ano a partir de 2015, está na casa de 300 reais. “O fim dos contratos seria catastrófico para o Nordeste”, afirma Lacerda. Em nota, a Braskem, principal afetada pela medida, afirmou que está tentando renovar os contratos a Chesf. “A companhia entende que o custo e a disponibilidade de energia são requisitos primordiais para a competitividade do setor industrial brasileiro.”

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.