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Censo mostra melhoria socioeconômica do país

Indicadores evidenciam o desenvolvimento e a melhoria das condições de vida; mudanças no comportamento do brasileiro também se destacam

Por Ana Clara Costa e Anna Carolina Rodrigues
27 abr 2012, 10h03

Um Brasil que consome mais, estuda por mais tempo, ganha melhor e tem mais emprego. Este é o retrato oferecido pelo Censo 2010, divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova pesquisa traz dados de migração, mortalidade, educação, mercado de trabalho, renda, entre outros temas (veja infográfico). Todos mostram avanços expressivos – algo que já era antecipado graças a números preliminares que órgão divulgou nos últimos dois anos.

tampa para infografia econômica do Censo 2010
tampa para infografia econômica do Censo 2010 (VEJA)

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As comparações realizadas pelo IBGE entre os Censos de 2000 e 2010 demonstram como as mudanças econômicas e educacionais interligaram-se e criaram um ambiente social melhor. O confronto dos dados também descortina um país que muda seus hábitos e escolhas – enfim, seu jeito de viver – como atestam brasileiros ouvidos pelo site de VEJA (confira quadro com as histórias).

Avanços sociais – O porcentual de crianças fora da escola regrediu de 5,5% para 3,1% no período, enquanto o nível de escolaridade melhorou em todas as categorias – ainda que deixe a desejar na comparação com estatísticas das nações desenvolvidas e outros grandes emergentes. Entre os estudantes brasileiros que completaram o ensino superior, o índice passou de 4,4% em 2000 para 7,9% em 2010.

Mais capacitadas, as pessoas conseguem empregos melhores e salários maiores num país em que o forte desenvolvimento econômico só faz crescer a demanda por mão-de-obra qualificada. Em uma década, a renda média mensal dos trabalhadores passou de 2.297 reais para 2.653 reais. Ainda segundo o Censo, o porcentual de pessoas empregadas subiu de 66,6% em 2000 para 70,8% em 2010

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O avanço não foi somente quantitativo. Melhorou também a qualidade do trabalho, haja vista que a formalização deste mercado também deu um salto. O número de trabalhadores com carteira assinada passou de 54,8% para 63,9%. A pesquisa mostra que o comércio e o setor automotivo são as áreas que mais empregam no país, com 17% dos postos.

A vez do consumo – Com mais renda e emprego, explodiu o apetite pelo consumo – algo que se encontrava represado há décadas em parcela expressiva da população (veja infográfico). A ida às compras, turbinadas por um pujante mercado de crédito, traduziu-se a maior acesso a uma série de bens, sobretudo os duráveis. Em 2000, por exemplo, apenas 10,6% dos lares tinham um microcomputador. Esse porcentual evoluiu para 38,3% dez anos depois.

A população, com mais recursos financeiros e maior acesso à educação, também consegue cuidar melhor de suas crianças. Assim, a taxa de mortalidade infantil em bebês com menos de um ano de idade recuou de 29,7 em cada mil recém-nascidos no ano 2000 para 15,6 em 2010. O número é animador, porém, ainda está longe do patamar de países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Suíça e Estados Unidos, que possuem, respectivamente, taxas de mortalidade de 4,5 e 7,5 sobre mil nascimentos.

O mercado de trabalho aquecido e a forte demanda por profissionais qualificados tornam-se incentivos naturais para que os brasileiros busquem qualificação, criando um círculo virtuoso de desenvolvimento. De acordo com os dados do Censo, o Brasil melhora, ainda que esteja longe de ser o melhor.

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Mudanças comportamentais – A amostra do Censo 2010 também revelou algumas tendências comportamentais recentes da população brasileira (veja quadro com histórias). Em relação à mobilidade, por exemplo, foi apontada uma intensificação do movimento de retorno de pessoas que tinham migrado, anos antes, para outros estados e para outros países.

Os migrantes de retorno representaram 24,52% do total em 2005/2010, em comparação a 22,02% registrado no período anterior. O Nordeste foi o que teve maior porcentagem de ‘retornados’ dentre imigrantes em comparação com as outras regiões tanto em 2000 quanto em 2010. Os ‘retornados’ representaram 40% dos imigrantes na maioria dos estados nordestinos, com excessão de Rio Grande do Norte (33,86%) e Sergipe (28,25%).

Já o número de imigrantes internacionais – brasileiros que moravam fora e voltaram para o país – aumentou para 143.644, o que implica uma elevação de 86,7% frente o patamar observado no Censo de 2000. Mais da metade desses imigrantes voltou principalmente para São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

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Casamentos “sem papel” – A maneira como ocorrem as uniões conjugais também vem sofrendo alterações. De acordo com o Censo 2010, as pessoas, cada vez mais, vivem uma vida marital, mas sem qualquer registro perante a Justiça. Casais moram juntos e investem em bens para construir uma família, mas preferem fazer isso sem as amarras legais e os gastos de uma cerimônia de casamento. Este tipo de união representou 36,4% do total no Censo 2010, ao passo que equivalia a 28,6% na amostra anterior. O número de realizados no civil e no religioso diminui 6,5% entre as duas pesquisas. Por fim, o total de pessoas que se separaram aumentou 20% no período, com destaque para a Região Norte.

Maternidade – Outro aspecto observado foi o aumento no número de mulheres que deixam para ter o primeiro filho mais tarde, depois dos 30 anos. Essas mães representam atualmente 18% em comparação a 15,8% no Censo 2000. A taxa de fecundidade maior continua concentrada entre os 20 e 29 anos, mas o aumento do número de mães com mais de 30 anos puxou a idade média da fecundidade para cima: passou de 26,3 anos, em 2000, para 26,8 em 2010.

Pessoas com deficiência – Na amostra foram pesquisadas as pessoas com deficiência visual, auditiva e motora, com seus respectivos graus de severidade, bem como as pessoas com deficiência mental. No total, existem cerca de 45 milhões de pessoas com ao menos uma das deficiências investigadas, o equivalente a 23,9% da população brasileira.

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A deficiência visual é a que atinge maior número de indivíduos, 18,8% da população, seguida pela deficiência motora, que caracteriza 7% dos brasileiros. A deficiência auditiva ficou em 3º lugar, com 5,1% dos brasileiros. Por fim, as pessoas com deficiência mental equivalem a 1,4% da população. O maior porcentual de pessoas com deficiência (26,6%) encontra-se na Região Nordeste.

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