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Caixa atende a ordem do Planalto e reduz juros do crédito

Instituição financeira une-se ao BB na estratégia governista de usar os bancos públicos para forçar uma redução do 'spread' bancário e estimular o consumo

Por Da Redação
9 abr 2012, 12h11

Juro do cheque especial da Caixa cai 67%, para 1,35% ao mês

Linhas contempladas com queda nas taxas liberarão 71 bilhões de reais entre abril e dezembro

Presidente da Caixa, Jorge Hereda, destaca que esta é a maior redução de juros da história do banco e que a estratégia permitirá ganhar mercado

A Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou nesta segunda-feira sua nova política de crédito, com redução dos juros nas linhas para pessoas físicas e micro e pequenas empresas. A nova estratégia atende uma exigência do Palácio do Planalto, que está deliberadamente usando as instituições financeiras públicas para reduzir o chamado spread bancário – diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas cobradas dos clientes finais – e também estimular o consumo doméstico. Na semana passada, o Banco do Brasil (BB) estreou a nova estratégia governista, com 43,1 bilhões de reais em recursos adicionais para empréstimos, com redução dos juros entre 15% e 45%.

Nesta manhã, a CEF revelou que no cheque especial, por exemplo, o juro foi reduzido em 67%. para até 1,35% ao mês. No financiamento de veículos, caiu para 0,98%. Nas linhas em que os juros ficaram menores, a instituição financeira espera liberar 71 bilhões de reais em empréstimos entre abril e dezembro. Nos cartões, o banco baixou as taxas em 40% no rotativo (financiamento da fatura). Também anunciou o lançamento do produto Cartão Azul Caixa, com juro de 2,85% ao mês para clientes que recebem salário na instituição financeira.

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As medidas atingem 25 milhões de clientes. Com o corte, a Caixa espera liberar 10 bilhões de reais em empréstimos para pequenas empresas. Ao todo, o banco prevê liberar 300 bilhões de reais neste ano em crédito – número 24% maior que em 2011.

O presidente da Caixa, Jorge Hereda, destaca que é a maior redução de juros do banco e que a estratégia vai fazer o banco ganhar mercado. “É importante ser competitivo, tanto para não perder clientes como para ganhar”, disse durante entrevista com a imprensa.

O executivo destacou que, na época da crise financeira mundial, o banco tinha 6% do mercado e essa fatia chegou a 12,6% no final de 2011. “Queremos aumentar essa participação e ter a terceira maior carteira de credito do mercado”, ressaltou. Desde a noite da última quinta-feira, o banco público vinha veiculando um comercial na TV com a atriz Camila Pitanga informando que anunciaria nesta segunda uma redução nos juros.

O corte nos juros do BB e da Caixa faz parte de uma estratégia do governo para estimular o consumo interno pelo aumento do credito. O objetivo também é fazer com que os bancos privados sigam os públicos e cortem juros, para não perderem mercado.

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Pano de fundo – Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff já havia reclamado que o spread bancário no Brasil é “tecnicamente de difícil explicação”. Neste ambiente, e também pressionado pelo Planalto, o Banco Central estuda criar um ranking para revelar as margens cobradas por cada banco. A ideia é abrir para a população quem ganha mais com os financiamentos.

Em meio ao aperto, presidentes dos principais bancos privados reúnem-se novamente com o governo nesta semana e devem apresentar propostas iniciais para reduzir os juros. O Ministério da Fazenda não confirma o encontro, mas o ministro Mantega fica nesta segunda e terça-feira em São Paulo – cidade onde estão as sedes das maiores instituições financeiras privadas do país. Reunião semelhante ocorreu no fim de março, mas, de lá para cá, as pressões do governo aumentaram significativamente.

(Com Agência Estado)

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