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Cadê o Arno?

Por Ana Clara Costa
16 mar 2015, 07h48

Diante da proporção inesperada das manifestações de 15 de março, há quem busque um culpado – ou vários – pelos desmazelos que levaram o Brasil à situação em que se encontra. A presidente Dilma Rousseff carrega boa parte da responsabilidade não só pelo cargo que ocupa, mas também por ter sido autora de muitas das derrapadas econômicas e políticas que colocaram o país em crise. Contudo, se Dilma quiser repassar a bronca a um subordinado também digno de responsabilidade, no caso o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, terá alguma dificuldade em encontrá-lo. Isso porque o economista que foi o artífice e executor das medidas fiscais equivocadas da presidente nos últimos quatro anos simplesmente desapareceu.

Ao ser exonerado do cargo no Tesouro, Arno foi cotado para assumir a presidência da usina de Itaipu. A nomeação subiu no telhado e ele decidiu voltar a Porto Alegre, onde estudou e fez carreira. Saiu de Brasília magoado com a forma com que foi tirado do governo e com a indicação de Joaquim Levy e Nelson Barbosa para cargos de ministros. A indicação de Barbosa foi um baque, em especial, porque o atual ministro do Planejamento era um de seus maiores desafetos e havia justamente deixado o governo Dilma 1 por desavenças com o ex-secretário.

Com a derrota do PT no governo do Rio Grande do Sul, Arno está sem muitas alternativas no setor público. Foi-lhe imposto, portanto, um período sabático, o qual vive em reclusão. Economistas de São Paulo e Brasília que costumavam ter algum contato com o ex-secretário dizem achar estranho o sumiço.

O que se sabe é que, recentemente, montou uma torrefação de cafés especiais e uma cafeteria “gourmet” para alguns familiares no bairro de Santana, em Porto Alegre. Dizem os entendidos do ramo que se trata do melhor café da capital gaúcha. Mas o ex-secretário raramente é visto por lá – está (bem) distante da contabilidade do negócio.

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Se os dias de Arno como servidor realmente chegaram ao fim, não significa que ele esteja na rua da amargura. Longe disso. Como boa parte dos trotskistas em atividade, o economista nasceu numa família abastada de Carazinho (RS) e é herdeiro de uma fortuna construída do setor do agronegócio. Arno sempre se mostrou desprendido da riqueza que seu pai, de quem herdou o nome, acumulava com o passar do tempo. Dono de terras, comerciante de máquinas agrícolas e empresário do setor automotivo, Arno pai nunca foi dado à política. Morreu em março do ano passado deixando três herdeiros muito bem amparados.

Claudio, o primogênito, enveredou-se no sindicalismo e, como o irmão, jamais demonstrou interesse pelo patrimônio familiar. O único a seguir o caminho paterno foi Carlos Ernesto Augustin, que hoje comanda um conglomerado de agronegócio, em especial de soja e algodão, com sede em Rondonópolis, no Mato Grosso.

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