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Varejo robusto e queda no auxílio-desemprego mostram resiliência da economia americana

As vendas subiram 0,4% em setembro, acumulando alta de 2,6% no ano, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego caíram para 241 mil na última semana

Por Luana Zanobia 17 out 2024, 10h51

A economia americana não pode ser subestimada. Embora houvesse temores de que as altas taxas de juros — as maiores em duas décadas — pudessem empurrar a maior economia do mundo para uma recessão, os dados mostram o contrário: a economia segue mais forte do que nunca. As vendas no varejo continuam aquecidas, e os pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana encerrada em 12 de outubro, indicando um mercado de trabalho forte.

O consumo continua a ser o motor da economia dos Estados Unidos, como evidenciado pelas vendas no varejo que subiram 0,4% em setembro, superando as expectativas do mercado. Esse crescimento eleva o total de vendas para US$ 714,4 bilhões. No ano, o varejo acumula alta de 2,6%.

Em comparação com o mesmo período de 2023, as vendas registraram um avanço de 1,7%. O crescimento foi impulsionado, em grande parte, pelo setor de vendas fora das lojas físicas, como o varejo online, que disparou 7,1% em relação ao ano anterior. Os consumidores americanos continuam a recorrer às compras digitais, uma tendência que ganhou força durante a pandemia e que parece ter se enraizado. Outro segmento que também apresentou alta significativa foi o de serviços de alimentação e bares, com crescimento de 3,7%.

Os números do varejo, combinados com a baixa nos pedidos de auxílio-desemprego, com uma queda de 19 mil solicitações na semana encerrada em 12 de outubro, trazem um retrato contraditório do estado atual da economia. Embora o mercado de trabalho dê sinais de desaceleração, com uma diminuição no ritmo de criação de empregos, o nível historicamente baixo de demissões continua a apoiar os salários e, por extensão, o consumo. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 241 mil, abaixo da expectativa de 260 mil.

Com a inflação desacelerando para 2,4% ao ano, próximo da meta de 2%, o Federal Reserve deu início ao afrouxamento monetário em sua última reunião, reduzindo a taxa de juros em 0,5 ponto percentual. A expectativa agora é de que o Fed faça um corte de menor magnitude, possivelmente de 0,25 ponto, ou até mantenha a taxa inalterada. No entanto, com os dados ainda indicando uma economia aquecida, a instituição precisa atuar com cautela para ancorar a inflação na meta, evitando novas pressões inflacionárias decorrentes do ritmo robusto da atividade econômica. Até o momento, os indicadores sugerem que os EUA estão caminhando para um “pouso suave”, quando a inflação desacelera sem provocar uma recessão.

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