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Varejo anda de lado em junho e cai 0,3% no segundo trimestre

Com juros altos, vendas perderam ritmo ao longo da primeira metade do ano; desaceleração indica PIB do 2º semestre mais fraco

Por Larissa Quintino Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 ago 2023, 10h31 - Publicado em 9 ago 2023, 09h23

As vendas no varejo andaram de lado e tiveram variação nula em junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No semestre, o comércio acumulou alta de 1,3%, mas olhando apenas o segundo trimestre, houve um recuo de 0,3%. Em comparação a junho do ano passado, houve crescimento de 1,3%.

De acordo com os dados do IBGE, houve uma perda de ritmo nas vendas durante a primeira metade do ano devido a uma conjuntura contrária à perspectiva de consumo no varejo. “Sobretudo com relação ao crédito e a taxa de juros”, afirma Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal do Comércio. A Selic, taxa básica de juros, ficou em 13,75% durante um ano e teve seu primeiro corte na reunião de agosto, indo a 13,25%. As altas taxas de juros pressionam o valor do crédito e o poder de compra das famílias. “O alto comprometimento de renda das famílias e o encarecimento do crédito deve pesar sobre os itens de maior valor agregado”, diz relatório do PicPay, assinado pelos economistas Marco A. Caruso e Igor Cadilhac.

O economista André Perfeito ressalta que o dado do varejo de junho veio acima das estimativas,  que projetavam queda de 0,2% no mês, porém dão sinais da desaceleração da atividade.  “O números sugerem que de fato o PIB do segundo trimestre deve apresentar queda, o que no mais é esperado. Afinal o PIB do primeiro trimestre foi de robusto 1,9%, não é razoável supor uma alta continuada do indicador na margem”, disse.

Com as condições de crédito mais apertadas, apenas quatro de doze atividades pesquisadas fecharam o primeiro semestre em alta. Um dos principais responsáveis pelo crescimento nas vendas do comércio varejista foi o setor de combustíveis e lubrificantes. Nos primeiros seis meses de 2023, a atividade acumula 14,5% de ganho em relação ao mesmo período de 2022, com crescimento de 21,1% nos últimos 12 meses. “Este cenário de expansão é bem definido por conta da mudança da política de preços no ano passado, e continuou esse ano”, justifica Cristiano.

Outra importante atividade que pressionou positivamente o resultado do comércio varejista no primeiro semestre é o de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. O setor acumula crescimento de 2,6% no ano em junho, com destaque para o resultado de abril, quando registrou alta de 3,6%. Completam as atividades com alta no semestre o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,2%) e o de Móveis e eletrodomésticos (1,0%).

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Já pelo lado das atividades com retração nas vendas até junho de de 2023, o destaque á para o Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que acumula queda de 13,7%. O setor engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outros, área em que grandes cadeias passam por crises contábeis e que, por isso, têm fechado esmaecimentos. As demais atividades que fecharam o semestre em queda são Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,7%); Tecidos, vestuário e calçados (-9,0%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,7%); e Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,7%).

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas apresentou alta de 1,2% frente a maio. Na comparação com junho de 2022, o crescimento foi de 8,3%, fechando o primeiro semestre com expansão de 4,0%. O acumulado nos últimos 12 meses é de 1,1%.

Entre as atividades, Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo influenciou no crescimento do semestre e fechou com alta de 8,3%. Veículos e motos, partes e peças também teve alta, de 5,4%, enquanto o setor de de Material de construção recuou 3,6% no acumulado do ano até junho.

 

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