Varejistas já perderam R$ 7,5 bilhões após escândalo da Americanas
Rombo da rede de lojas contaminou todo o mercado e derrubou o valor das demais empresas do setor

O escândalo financeiro da Americanas amargou o otimismo dos investidores e inverteu a curva do Ibovespa, que vinha desempenhando com uma sequência de altas consecutivas. O evento contaminou todo o mercado e trasbordou, principalmente, para as demais varejistas, que também acumularam perdas. Na última quarta-feira, a empresa informou uma ‘inconsistência contábil’ de 20 bilhões de reais e, em seu pedido de tutela cautelar à Justiça, concedido na sexta-feira, somou mais 20 bilhões de reais da dívida bruta da companhia, chegando a 40 bilhões de reais.
Em conjunto, o grupo das varejistas perdeu 7,5 bilhões de reais em valor de mercado após a revelação do escândalo. Passaram de 86,8 bilhões de reais em 11 de janeiro para 79,34 bilhões de reais na sexta-feira, 13 de janeiro, segundo levantamento do TradeMap realizado com dezenove varejistas, entre elas Via Varejo, Magazine Luiza, Lojas Renner, Grupo Soma e outras.
A Americanas perdeu 8 bilhões de reais. No dia 11 de janeiro, a varejista foi avaliada em 10,8 bilhões de reais. Após o ocorrido, o valor caiu para 2,8 bilhões de reais. As demais empresas varejistas listadas na bolsa brasileira, a B3, também desvalorizaram. A segunda empresa mais prejudicada foi a Lojas Renner, com a maior perda acumulada depois da Americanas, registrando desvalorização de 659 milhões de reais, seguido pelo Grupo Soma, de 415 milhões de reais. O menor impacto foi na Livraria Saraiva, que perdeu 2 milhões de reais.
O Magazine Luiza e a Embpar foram as únicas do grupo que registraram valorização nos dias 12 e 13 de janeiro. O Magalu valorizou 2,6 bilhões de reais nesse período, e a Embpar registrou ganhos de 1,4 milhões de reais. O ganho dessas empresas atenuaram o forte tombo do setor.
A Americanas possui uma dívida declarada de 40 bilhões de reais e conseguiu na justiça uma liminar protetiva contra os credores, impedindo o vencimento antecipado de dívidas, bloqueio de bens e recursos por 30 dias. Durante esse período, a varejista pode obter um acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.