Vale volta a registrar lucro após tragédia de Brumadinho
Mineradora teve o primeiro resultado positivo deste ano, com ganho de US$ 1,65 bi no 3º trimestre; no acumulado do ano, prejuízo ainda é de US$ 121 mi
O lucro líquido da Vale no terceiro trimestre deste ano atingiu 1,654 bilhão de dólares, aumento de 17,5% em relação ao observado no mesmo período do ano passado. O resultado reverte os prejuízos de 133 milhões de dólares registrado no trimestre imediatamente anterior e de 1,642 bilhão de dólares do primeiro trimestre. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, apesar do resultado positivo no terceiro trimestre, o prejuízo ainda é de 121 milhões de dólares, na esteira da tragédia de Brumadinho (MG), ocorrida em janeiro, que matou mais de 250 pessoas.
“No terceiro trimestre de 2019, progredimos para a estabilização de nosso negócio e avançamos com o nosso objetivo de reparação integral de Brumadinho”, comentou o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro, divulgado nesta quinta-feira, 24. “Estamos evoluindo com um portfólio de produtos premium ajustado às demandas de mercado”, disse, no documento.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 4,6 bilhões de dólares, recorde para um terceiro trimestre desde 2013, registrando aumento de 6,4% em relação ao mesmo trimestre de 2018. Após reconhecer provisões de 5,65 bilhões de dólares no primeiro semestre para indenizações e doações pela tragédia de Brumadinho (MG), a companhia informou que não foi necessário realizar baixas adicionais no terceiro trimestre, apenas despesas de 225 milhões de dólares que não se qualificam como provisão.
A receita da mineradora no terceiro trimestre somou 10,2 bilhões de dólares, alta de 7% na comparação anual, em meio a preços mais altos do minério de ferro, principal produto da companhia. O preço realizado de finos de minério de ferro da Vale no terceiro trimestre foi de 89,2 dólares por tonelada, ante 67 dólares no mesmo período do ano passado.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)