Vale e empresa chinesa vão investir R$ 1,8 bi em usina de aço no Pará
Segundo o governo do estado, a instalação da laminadora vai potencializar o setor de minério de ferro na região
A mineradora brasileira Vale e a multinacional de engenharia China Communications Construction Company (CCCC), controladora da brasileira Concremat, darão nesta quinta-feira, 23, o primeiro passo para instalar uma laminadora de aço no Pará, com investimento de 450 milhões de dólares (1,8 bilhão de reais), segundo informou o governo paraense. As duas empresas devem assinar com o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), um acordo com protocolo de intenções do investimento.
A instalação da laminadora vai potencializar o setor de minério de ferro, produzido em larga escala pela Vale no Pará, onde a companhia opera o complexo de Carajás. “Pela primeira vez em mais de quatro décadas de exploração mineral no território paraense, o estado dispõe de um novo modelo produtivo para a cadeia do minério de ferro, que torna possível a implantação de uma usina laminadora de aço em Marabá”, afirmou Barbalho.
De acordo com o governo, o empreendimento tem “capacidade para alavancar a economia de dezenas de municípios mineradores, produtores de matéria-prima de alta qualidade, com grandes estoques para assegurar produtos de ponta”, para os mercados da construção civil, de equipamentos agrícolas, de empresas automotivas e de máquinas e equipamentos.
O anúncio do memorando ocorre em um momento em que a Vale tem lidado com as consequências do rompimento da barragem da mina de ferro Córrego do Feijão em 25 de janeiro, em Brumadinho (MG). A tragédia matou 237 pessoas e deixou outras 33 desaparecidas. Com isso, a companhia registrou prejuízo líquido de 1,64 bilhão de dólares (6,6 bilhões de reais) no primeiro trimestre deste ano. O desastre provocou ainda o primeiro Ebitda (lucro sem juros, impostos e amortizações) negativo da história da mineradora.
Além disso, outra barragem da mineradora, em Barão de Cocais (a 93 quilômetros de Belo Horizonte), teve nível de segurança elevado a 3, o que indica risco iminente de ruptura, depois que uma auditoria se negou a emitir laudo de segurança para a estrutura. No dia 13 deste mês, a empresa informou às autoridades que o talude da mina da represa poderia desmoronar, ocasionando abalo sísmico que poderia fazer com que a Sul Superior se rompesse.
(Com Reuters)