Samarco, Vale e BHP fecham acordo para indenizar famílias de Mariana
Acerto, alcançado quase três anos depois da tragédia que deixou dezenove mortos, foi anunciado pelo Ministério Público
Procuradores do Ministério Público do Estado de Minas Gerais anunciaram na noite de terça-feira que fecharam um acordo final de indenização com as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton sobre o rompimento de uma barragem em novembro de 2015 no município mineiro de Mariana.
De acordo com os procuradores, o acordo viabilizará o pagamento de indenizações aos familiares das dezenove pessoas que morreram na tragédia, assim como para as pessoas que perderam suas casas e outras propriedades no pior desastre ambiental da história do país, que poluiu o Rio Doce até o mar capixaba.
Não foram divulgados os detalhes financeiros do acerto.
Em nota, a Samarco afirmou que “reforça o seu compromisso com as comunidades impactadas” e ressaltou que “já foram gastos, até agosto de 2018, 4,4 bilhões de reais com as ações de reparação e compensação”.
O procurador que lidera os trabalhos do Ministério Público vai conceder uma entrevista coletiva nesta quarta-feira para falar sobre a indenização.
“O acordo atende a pedido dos atingidos de Mariana que não concordavam com os termos de indenização aplicados no restante da bacia do Rio Doce pelas empresas”, disse o Ministério Público em nota.
Um outro acordo, assinado em 25 de junho entre a Samarco, suas acionistas e as autoridades, extinguiu uma ação de 20 bilhões de reais movida contra as companhias.
Enquanto as empresas acertam as reparações, a Samarco se movimenta para retomar as atividades na mineradora.
Na semana passada, a Samarco informou que começaria nesta semana as obras de preparação da Cava Alegria Sul, no Complexo de Germano, situado em Mariana e Ouro Preto, no que seria um primeiro passo no processo para a companhia voltar a operar no futuro.
Essas obras permitirão que a Samarco implemente um novo sistema de disposição de rejeitos, uma alternativa a barragens como a que se rompeu em Mariana há três anos.
A previsão da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP Billiton, é de que as intervenções na cava durem cerca de dez meses, envolvendo, no pico das obras, cerca de 750 empregados diretos e indiretos.
Em agosto, um representante da BHP disse ver pouca probabilidade de a mineradora retomar as operações no próximo ano, embora espere obter todas licenças exigidas.
Não foi possível obter um comentário imediato da Vale e da BHP.