Trump critica o Walmart e pede para rede “engolir as tarifas”
Varejista havia alertado para alta de preços nas prateleiras em decorrência da guerra comercial

O presidente americano Donald Trump veio a público em sua rede social Truth Social para criticar veementemente a rede varejista Walmart. Depois de Douglas McMillon, CEO do Walmart, alertar para preços mais altos nas prateleiras em decorrência da guerra comercial protagonizada por Estados Unidos e China. Segundo ele, nem mesmo a trégua no tarifaço anunciada na última semana é suficiente para evitar o movimento, uma vez que os preços devem subir conforme os estoques são renovados.
“Faremos o possível para manter nossos preços os mais baixos possíveis. Mas, dada a magnitude das tarifas, mesmo nos níveis menores anunciados esta semana, não somos capazes de absorver toda a pressão, dada a realidade das margens estreitas do varejo”, disse McMillon em teleconferência de resultados com analistas na última quinta-feira, 15.
A resposta de Trump veio no sábado, 17. O presidente disse que o Walmart deveria parar de culpar as tarifas e engoli-las. Ele disse que a rede faturou bilhões de dólares em 2024 e que, assim como os consumidores, estará atento aos preços praticados pela rede. “O Walmart deveria parar de tentar culpar as tarifas como a razão para o aumento de preços em toda a cadeia. O Walmart faturou bilhões de dólares no ano passado, muito mais do que o esperado. Entre o Walmart e a China, eles deveriam, como se costuma dizer, “engolir as tarifas”, e não cobrar nada dos clientes valiosos. Eu estarei de olho, e seus clientes também”, disse.
Howard Lutnick, secretário de comércio dos EUA, tem seguido uma linha semelhante de argumentação em público e dito que empresas e países precisam, primeiramente, engolir as tarifas impostas pelos americanos. O Walmart tem cerca de 4.600 lojas nos Estados Unidos e recebe mercadorias de países como Canadá, China, Índia, México e Vietnã. A rede está sujeita à tarifa básica de 10% sobre todos eles e também é atingida pelas taxas de 25% sobre aço e alumínio, mas o CEO da companhia ressalta que as tarifas sobre a China possuem o maior impacto nos lucros.